ATA DA DÉCIMA QUARTA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA
ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 28.11.1996.
Aos vinte e
oito dias do mês de novembro do ano de mil novecentos e noventa e seis,
reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de
Porto Alegre. às dezesseis horas e quatro minutos foi realizada a chamada,
sendo respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur
Zanella, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói
Guimarães, Fernando Záchia, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá,
Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin
Azambuja, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do
Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul
Carrion e Reginaldo Pujol. Constatada a existência de "quórum", o
Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. À MESA foram encaminhados:
pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, 01 Pedido de Informações n.º 144/96 (Processo
nº 2934/96); pelo Vereador Luiz Negrinho, 01 Indicação nº 95/96 (Processo nº
2937/96) e 01 Pedido de Providências. Na ocasião, foi aprovada Licença para
Tratamento de Interesses Particulares do Vereador Décio Schauren na data de
hoje, dando posse o Senhor Presidente ao Suplente Gerson Almeida, informando
que Sua Excelência integrará a Comissão de Economia, Cultura e Esportes. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Dib teceu considerações sobre o processo
de escolha da nova Mesa Diretora da Casa. O Vereador Luiz Braz, reportando-se
ao pronunciamento do Vereador João Dib, teceu considerações sobre as
negociações entre os partidos para definição da nova Mesa Diretora da Casa. O
Vereador Reginaldo Pujol discorreu sobre o acordo que define os cargos para a
Mesa Diretora. O Vereador Nereu D'Ávila falou sobre a postura do PDT na
condução das negociações para a definição da Mesa Diretora. O Vereador Luiz
Negrinho comentou declarações de conselheiros da região centro-sul do Orçamento
Participativo, acerca da atuação de Sua Excelência na apresentação de emendas
ao Orçamento. O Vereador Henrique Fontana externou a posição do PT nas
tratativas para estabelecimento da nova Mesa Diretora da Casa. O Vereador
Antonio Hohlfeldt manifestou seu posicionamento acerca das negociações para a
composição da nova Mesa Diretora da Casa. O Vereador Lauro Hagemann comunicou o
falecimento da Senhora Julieta Ramos Batistioli, primeira mulher a exercer a
vereança em Porto Alegre, fazendo um breve relato de sua vida. A seguir, o
Requerimento do Vereador Lauro Hagemann, deferido de plano pelo Senhor
Presidente, o Plenário fez um minuto de silêncio em memória da Senhora Julieta
Ramos Batistioli. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Fernando Záchia
reportou-se às discussões relativas às negociações para a composição da futura
Mesa Diretora da Casa. Constatada a existência de "quórum", foi
iniciada a ORDEM DO DIA. A seguir, foram realizadas as seguintes votações
referentes ao Projeto de Lei do Executivo nº 53/96: após ser encaminhada à
votação pelos Vereadores Jocelin Azambuja, Reginaldo Pujol e Luiz Negrinho, em
votação nominal solicitada pelo Vereador Luiz Negrinho, foi rejeitada, por
treze votos SIM e quinze NÃO, a Emenda nº 14, votando SIM os Vereadores Airto
Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Dilamar Machado,
Elói Guimarães, Fernando Záchia, João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Luiz
Negrinho, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e NÃO os Vereadores Clovis
Ilgenfritz, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana,
João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Nereu
D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Ruas, Raul Carrion e Gerson Almeida; após ser
encaminhada à votação pelo Vereador Jocelin Azambuja, em votação nominal
solicitada pelo Vereador, foi rejeitada, por dez votos SIM e quinze votos NÃO,
a Emenda nº 15, tendo votado Sim os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Artur
Zanella, Dilamar Machado, Fernando Záchia, João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz
Braz, Luiz Negrinho, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Não os Vereadores
Airto Ferronato, Clovis Ilgenfritz, Elói Guimarães, Giovani Gregol, Guilherme
Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João Verle, Lauro
Hagemann, Maria do Rosário, Paulo Brum, Pedro Ruas, Raul Carrion e Gerson
Almeida; após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Jocelin Azambuja, Elói
Guimarães e Luiz Negrinho, em votação nominal solicitada pelo Vereador Luiz Negrinho, foi rejeitada, por dez votos
SIM e dezesseis NÃO, a Emenda nº 16, votando Sim os Vereadores Antonio
Hohlfeldt, Artur Zanella, Dilamar Machado, Fernando Záchia, Jocelin Azambuja,
Luiz Braz, Luiz Negrinho, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Não
os Vereadores Airto Ferronato, Clovis Ilgenfritz, Elói Guimarães, Giovani
Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João
Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Pedro
Ruas, Raul Carrion e Gerson Almeida; após ser encaminhada à votação pelo
Vereador Jocelin Azambuja, em votação nominal solicitada pelo Vereador Luiz
Negrinho, foi rejeitada, por nove votos SIM e quinze votos NÃO, a Emenda nº 17,
votando Sim os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Clênia Maranhão,
Dilamar Machado, Fernando Záchia, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Luiz Negrinho,
Reginaldo Pujol e Não os Vereadores Clovis Ilgenfritz, Elói Guimarães, Giovani
Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João
Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Pedro
Ruas, Raul Carrion e Gerson Almeida; após ser encaminhada à votação pelos
Vereadores Jocelin Azambuja, Elói Guimarães e Luiz Negrinho, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Luiz Negrinho, foi rejeitada, por oito votos SIM e
dezesseis votos NÃO, a Emenda n° 18, votando Sim os Vereadores Antonio
Hohlfeldt, Clênia Maranhão, Dilamar Machado, João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz
Braz, Luiz Negrinho, Pedro Américo Leal e Não os Vereadores Clovis Ilgenfritz,
Elói Guimarães, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique
Fontana, João Motta, João Verle, José
Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum,
Pedro Ruas, Raul Carrion e Gerson Almeida; em votação nominal solicitada pelo
Vereador Pedro Ruas, foi rejeitada, por dez votos SIM e quinze votos NÃO, a
Emenda nº' 19, votando Sim os Vereadores Artur Zanella, Clênia Maranhão,
Dilamar Machado, João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Paulo
Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Não os Vereadores Clovis Ilgenfritz,
Elói Guimarães, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique
Fontana, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário,
Nereu D'Ávila, Pedro Ruas, Raul Carrion, e Gerson Almeida; em votação nominal
solicitada pelo Vereador Luiz Negrinho, foi rejeitada, por dez votos SIM e
dezesseis votos Não, a Emenda nº 20, votando Sim os Vereadores Antonio
Hohlfeldt, Clênia Maranhão, Dilamar Machado, Fernando Záchia, João Dib, Jocelin
Azambuja, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Não
os Vereadores Clovis Ilgenfritz, Elói Guimarães, Giovani Gregol, Guilherme
Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João Verle, José Valdir,
Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Ruas, Raul
Carrion e Gerson Almeida: em votação nominal solicitada pelo Vereador Luiz
Negrinho, foi rejeitada, por nove votos SIM e dezesseis votos NÃO a Emenda nº
21, votando Sim os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Clênia Maranhão, Dilamar
Machado, Fernando Záchia, João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Luiz Negrinho,
Pedro Américo Leal e Não os Vereadores Clovis Ilgenfritz, Elói Guimarães,
Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta,
João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo
Brum, Pedro Ruas, Raul Carrion e Gerson Almeida; após ser encaminhada à votação
pelos Vereadores Jocelin Azambuja e Elói Guimarães, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Luiz Negrinho, foi rejeitada, por nove votos SIM e
quatorze votos NÃO, a Emenda nº 22, votando Sim os Vereadores Antonio
Hohlfeldt, Dilamar Machado, Fernando Záchia, João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz
Braz, Luiz Negrinho, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Não os Vereadores
Clovis Ilgenfritz, Elói Guimarães, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena
Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann,
Maria do Rosário, Pedro Ruas, Raul Carrion e Gerson Almeida: em votação nominal
solicitada pelo Vereador Luiz Negrinho, foi rejeitada, por nove votos SIM e
quinze votos NÃO, a Emenda n° 23, votando Sim os Vereadores Antonio Hohlfeldt,
Dilamar Machado, Fernando Záchia, João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Luiz
Negrinho, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Não os Vereadores Clovis
Ilgenfritz, Elói Guimarães, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá,
Henrique Fontana, João Motta, João Verle, José Valdir, Maria do Rosário, Nereu
D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Ruas, Raul Carrion e Gerson Almeida; em votação
nominal solicitada pelo Vereador Luiz Negrinho, foi rejeitada, por nove votos
Sim e dezesseis votos Não, a Emenda nº 24, votando Sim os Vereadores Antonio
Hohlfeldt, Dilamar Machado, Fernando Záchia, João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz
Braz, Luiz Negrinho, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Não os Vereadores
Clovis Ilgenfritz, Elói Guimarães, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena
Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann,
Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Ruas, Raul Carrion e Gerson
Almeida; em votação nominal solicitada pelo Vereador Luiz Negrinho, foi
rejeitada, por nove votos SIM e dezesseis votos NÃO, a Emenda nº 25, votando
Sim os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Clênia Maranhão, Dilamar Machado, Fernando
Záchia, João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz Negrinho, Pedro Américo Leal,
Reginaldo Pujol e Não os Vereadores Clovis Ilgenfritz, Elói Guimarães, Giovani
Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João
Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo
Brum, Pedro Ruas, Raul Carrion e Gerson Almeida; após ser encaminhada à votação
pelos Vereadores Reginaldo Pujol, Luiz Negrinho e Jocelin Azambuja, em votação
nominal solicitada pelo Vereador Luiz Negrinho, foi rejeitada, por doze votos
SIM e quatorze votos NÃO, a Emenda nº 26, votando Sim os Vereadores Antonio
Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Dilamar Machado, Fernando Záchia,
João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Paulo Brum, Pedro Américo
Leal, Reginaldo Pujol e Não os Vereadores Clovis Ilgenfritz, Elói Guimarães,
Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta,
João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Pedro Ruas, Raul
Carrion e Gerson Almeida. Em continuidade, foi aprovado Requerimento verbal do
Vereador Antonio Hohlfeldt solicitando que seja votado de imediato o
Requerimento de Sua Excelência, que solicita Renovação de Votação do Projeto de
Lei do Executivo nº 51/96. A seguir, em votação nominal solicitada pelo
Vereador Antonio Hohlfeldt, foi rejeitado Requerimento de Sua Excelência,
solicitando seja renovada a votação do Projeto de Lei do Executivo nº 51/96,
por doze votos SIM e treze votos NÃO, votando Sim os Vereadores Antonio
Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Fernando Záchia, João Dib, Jocelin
Azambuja, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Pedro Américo Leal e Reginaldo Pujol e Não
os Vereadores Clovis Ilgenfritz, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena
Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann,
Maria do Rosário, Pedro Ruas, Raul Carrion e Gerson Almeida. Em continuidade,
após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Jocelin Azambuja, Antonio
Hohlfeldt e João Dib, foi aprovado Requerimento do Vereador Antonio Hohlfeldt,
solicitando a retirada de tramitação da Emenda n° 03 ao Projeto de Lei do
Legislativo n° 49/96. A seguir, os Vereadores Jocelin Azambuja, Artur Zanella e
Giovani Gregol discutiram o Projeto de Lei do Legislativo nº 49/96, ocasião na
qual o Vereador João Dib requereu tivesse esse Projeto a sua discussão adiada
por uma Sessão, Requerimento este que, após ser encaminhado à votação pelos
Vereadores João Dib e Jocelin Azambuja, deixou de ser votado face ao esgotamento
do tempo regimental da presente Sessão. Às vinte horas e nove minutos, esgotado
o tempo regimental da presente Sessão, o Senhor Presidente declarou encerrados
os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de
amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Isaac
Ainhorn e secretariados pelos Vereadores Fernando Záchia, Reginaldo Pujol e
Airto Ferronato, este último como Secretário "ad hoc". Do que eu,
Fernando Záchia, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que,
após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor
Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Isaac
Ainhorn):
Com a palavra o Ver. João. Dib em tempo de Liderança.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, no dia 6 de fevereiro de 1992 eu dizia: "Senhor Presidente e
Senhores Vereadores, quem hoje, pela manhã, ouviu o noticiário, como eu,
provavelmente terá ouvido o pensamento chinês: ‘Quem dorme com os cães acorda
com pulgas’. Falando em cães, ao meio-dia eu me divertia ouvindo Cervantes que,
no solilóquio dos cães, escrevia: ‘As palavras honestas revelam a honestidade
de quem as pronuncia ou escreve’. Mas o que são palavras quando se dá palavra
de honra num Estado que se chama Rio Grande do Sul e que tem por ela o maior
respeito? Será que a palavra pode ser confundida com um mero latido? Será que a
palavra de um Vereador da Cidade de Porto Alegre, eleito pelo povo, poderá ser
confundida com um mero latido? Será que a honra foi esquecida? Aqui, no Rio
Grande do Sul, nós vimos colocar-se a vida em risco em razão da honra, e, de
repente, em razão de vantagens momentâneas, estão colocando a honra em jogo.
Creio que há honra, há palavra, e não apenas latidos".
Por que leio isso? É porque estamos na fase da composição da Mesa da
Câmara Municipal de Porto Alegre, e eu, como o Ver. Luiz Fernando Záchia,
acreditamos na palavra, na honra, na dignidade. E nós fazíamos, e é por isso
que eu descrevo, um acerto entre seis Bancadas que diziam que não fariam,
acredito que não fizeram ainda, nenhum acordo isoladamente, mas há dúvidas se
esse acordo foi feito, ou se não foi feito. Eu, Ver. João Dib, tenho orgulho de
um dia ter pedido a diminuição do número de Cargos em Comissão da Casa, e
perder por apenas 32 votos contra 01 voto. Não procuro cargos, mas gosto dos
encargos.
Acompanhado pelo meu companheiro de Bancada Ver. Pedro Américo Leal,
pelo meu futuro companheiro de Bancada João Carlos Nedel, estamos informando à
Casa, ao povo de Porto Alegre, que não aceitamos composição nenhuma com
ninguém, porque temos um amor profundo por esta Cidade, temos um passado de
trabalho por esta Cidade, temos orgulho do que fizemos e não vamos manchar o
que o passado nos deu de certeza: não negociamos.
Havíamos feito uma proposição, e defendíamos a presença do PT na Mesa:
Ver. Fernando Záchia e Ver. João Dib. Havia, dentre esses, seis Vereadores que
não aceitavam a presença do PT na Mesa, mas defendíamos sempre, queríamos uma
composição pluripartidária, equânime, igual, séria, honrada, aquela da palavra,
e tudo o mais não importa. A palavra vale, a assinatura, coisa nenhuma, porque
todo o documento que assinar, tenho o direito de fazer a interpretação dele
depois. Agora, palavra de honra é sim ou não. Palavra de honra é honra, não tem
outra coisa. Por essa honra, por essa tradição, por essa preocupação, o Partido
Progressista Brasileiro está dizendo que não se compõe com ninguém. Não vai ser
o adversário, não vai ser o partido da fiscalização, aquele que buscará os
encargos, que buscará a verdade, que fiscalizará a Mesa, que vai ver quantos
cargos há nos gabinetes dos Vereadores. Vamos fazer aquilo que nos compete,
exatamente, porque da outra vez fomos deixados fora, mas desta vez estamos
juntos antes. E se deixados de fora, reagíssemos, poderíamos ter sido
interpretados como revanche, ou mágoa, o que não é o nosso caso. Agora, nós
estamos saindo, nós é que estamos nos afastando e não estamos aceitando.
Portanto, temos toda a liberdade e todo o peso da nossa responsabilidade para
fazer o que deve ser feito. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a
palavra em tempo de Liderança.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. Tocado pela nota, hoje, no Correio do Povo, e pelo pronunciamento
agora do Ver. João Dib, quero dizer que o Vereador, nas suas afirmações, apenas
comete um excesso: os Vereadores que sentaram à Mesa para estabelecer um acordo
onde nenhuma Bancada desta Casa estava excluída, onde todos estavam, na
verdade, dentro de um planejamento para que compusessem harmonicamente a Mesa,
as Comissões e a Administração desta Casa nos próximos quatro anos. Aqueles
Vereadores, meu amigo Ver. João Dib, que compuseram essas conversações, todos
eles, até o presente instante, ainda não disseram que não iriam honrar as
palavras que foram dadas durante as negociações. Portanto, não acredito que
algum Vereador nesta Casa tenha agido de maneira traiçoeira, que algum partido
com assento nesta Casa ou que terá assento na próxima Legislatura tenha agido
de maneira rasteira, que as pessoas não tenham palavra, que não possam
estabelecer compromissos. Não acredito que exista um Vereador nesta Casa nessas
condições e nenhum partido que haja assim. Portanto, peço, Ver. João Dib, que
as palavras que V. Exa. usou nesta tribuna, que apenas as ratifique se por
ventura nós acharmos um Judas entre os Vereadores que compõem esta Legislatura
ou a Legislatura que vai ser instalada a partir do dia primeiro de janeiro. Até
o presente instante, eu ainda não quero acreditar que entre os companheiros
dignos que aprendi a. apreciar nesses 14 anos neste Legislativo, que possa
realmente haver alguém que não possa cumprir com sua palavra, que não tenha
honra o suficiente para cumprir um acordo que não excluía nenhum partido desta
Casa.
Quero fazer justiça às propostas iniciais de proporcionalidade que
foram trazidas pelo Ver. Pedro Américo Leal. Essas foram as primeiras palavras
de proporcionalidade que ouvi para a Legislatura que vem. Pude ver a luta de
todos os Vereadores envolvidos naquelas negociações em defesa para. que o
Partido do Governo não ficasse de forma alguma alijado da Mesa, nem das
Comissões, nem da Administração da Casa no ano que vem. Está certo o Ver. João
Dib: não precisa. assinar papel. A palavra empenhada pelo vosso Partido será
honrada até o final. Queremos a proporcionalidade que discutimos e que
acertamos. Não abrimos mão dessa proporcionalidade. Não queremos excluir
ninguém. Acreditamos que a dignidade dos Vereadores que compõem este
Legislativo e que comporão o Legislativo do ano que vem não pode ser atacada
por uma atitude tão mesquinha, tão rasteira, como aquela que alguns jornalistas
resolveram anunciar através do jornal Correio do Povo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra o Ver.
Reginaldo Pujol, em Comunicação de Líder.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, pela primeira vez, assumo a tribuna da Casa para discutir assunto
dessa natureza. A Casa sabe, sempre tive muita consciência da circunstância de
que tenho uma Bancada que se reduz à nossa presença e, como tal, estabeleci que
a responsabilidade da nossa Bancada era diretamente proporcional ao seu
tamanho. Hoje, inclusive, integro a Mesa Diretora da Casa em função de ter sido
honrado pelo voto dos companheiros que compunham, à época, a maioria do
Legislativo sem ter firmado nenhum acordo. Não participo do acordo porque o meu
antecessor na Casa, por razões que eu desconheço, entendeu de não participar,
ou sei lá se sequer foi convidado a participar dessa composição.
No presente momento, eu observo que uma negociação relâmpago, feita
entre o Partido dos Trabalhadores e o Partido Democrático Trabalhista,
estabelece, por antecipação, a definição dos destinos da Casa, criando algumas
manifestações apropriadas de parte de várias Lideranças. Pessoalmente, sabendo
que na próxima legislatura a situação com relação ao meu Partido se manterá
inalterada no que diz respeito não só à expressão numérica, como também em
função de que o titular atual será o titular no próximo mandato, fui convidado,
por vários partidos da Casa, a compor negociações que se propunham a
estabelecer um modelo de administração do Legislativo de Porto Alegre no
próximo quatriênio. Então, montou-se uma proposta, através de um estudo muito
bem realizado pelo Ver. Fernando Záchia, que tinha como característica
fundamental estabelecer aquilo que para a opinião pública vinha sendo
apresentado como as premissas a serem conquistadas, ou seja, uma Mesa plural,
não-excludente, e que assegurasse a proporcionalidade da representação do
Legislativo, estabelecendo um teto mínimo e um máximo de participação nesses
encargos. Essa proposta que, ainda na terça-feira, numa reunião com
praticamente todas as lideranças atuais e futuras da Casa, foi apresentada,
contemplava todas as facções políticas que, a partir de janeiro do ano
vindouro, terão assento neste Legislativo. Na ocasião, disse do meu temor de
que todo aquele estudo, aquele trabalho, aquela discussão, pudesse se
inviabilizar em função de situações que eu ouvia aqui nesta Casa e que, pela
sinceridade com que me eram expostas, me dariam não o direito de ter dúvidas,
mas o dever de ter dúvidas a respeito do sucesso daquela nossa negociação, Ver.
Luiz Braz.
Hoje recebi, com alguma surpresa, as informações contidas nos jornais
de Porto Alegre. Quero declarar - na mesma linha do Ver. Braz - que tenho o
direito de não acreditar no que está escrito nos jornais. Até porque, após
sucessivas reuniões que foram feitas, não vou ser informado de decisão da Casa
por uma notícia de qualquer veículo da imprensa, por mais abalizado que seja.
Acredito que todos nós tenhamos o direito de receber, daqueles que participaram
das nossas negociações, uma informação oficial.
Quero, Sr. Presidente, dizer que temos uma responsabilidade para com a
opinião pública. Nós, que, a partir de 1º de janeiro, seremos 19 Vereadores
nesta Casa, fomos eleitos em um momento político em que tínhamos opiniões
divergentes daquela que acabou sendo vitoriosa para o Executivo e que ensejou
na eleição de 14 Vereadores do PT. Todos nos dizíamos de oposição, e
naturalmente, Sr. Presidente, tínhamos a obrigação de construir, para a Cidade
e para esta Casa, uma proposta que tivesse um mínimo de coerência lógica e a
mínima consistência. Essa proposta o Ver. Fernando Záchia nos submeteu, e nós a
aprovamos. Em cima dela quero ficar com o compromisso de quem não participou de
acordos anteriores nesta Casa e jamais advogou qualquer negociação que não
fosse transparente, clara, criteriosa e adequada. Por isso, Ver. Fernando
Záchia e Ver. Isaac Ainhorn - que Preside este Legislativo em decorrência de um
acordo que me honrou com a inclusão do meu nome como integrante da Mesa - eu
quero declarar, peremptoriamente, que os atos que hoje aqui se praticam, que as
composições políticas que aqui se celebram, ainda que legitimas, têm
desdobramentos que não podem ficar apenas na estupefação que alguns ficaram
neste momento, com o que possa acontecer. Está-se decidindo a posição
verdadeira dos vários segmentos políticos da Casa. E como ouvi do Presidente
Isaac Ainhorn que sequer foi convidado para esta reunião, ele que é um Vereador
de 10 mil votos, que foi o mais votado da sua legenda, eu tenho, Ver. Morelli,
que consultar os meus princípios lógicos e discutir; oficialmente, Ver. Pedro
Américo Leal, eu sou credor, como V. Exa. e todos aqueles que vêm participando
dessa reunião, de ter uma informação oficial. Nada disso está acontecendo! Eu
sou muito ingênuo, acho que tudo isso não passa de noticia de jornal. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O próximo orador inscrito
para fazer uma Comunicação de Liderança é o Líder do PDT, Ver. Nereu D'Ávila.
O SR. NEREU D'ÁVILA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, para que a história registre, devemos relatar que o Presidente do
PDT, Sr. Sereno Chaise, convidou esta Liderança para uma reunião com o
Presidente do PT, Sr. Olívio Dutra, dizendo que nessa reunião iriam os
Presidentes dos Diretórios Municipais e os Líderes das Bancadas.
Posteriormente, foram convidados mais Vereadores de ambos os lados.
Evidentemente que, para uma primeira reunião desse porte, não teríamos
jamais pensado - e ninguém pensa o contrário - que numa reunião inicial,
primeira, se possa, de imediato, tomar decisões ou tirar conclusões. Então,
embora se encaminhasse, pelos Presidentes de Partidos, uma proposta de que os
Partidos do campo popular - o PT, o PDT e o PSB - se pudessem, nessa tendência,
homogeneizar e hegemonizar para a próxima Legislatura nesta Casa.
Conforme o jornal Correio do Povo relata hoje, porque era o único que
estava presente, e relata com fidelidade, nós pregávamos e dizíamos, primeiro
que este Vereador tinha participado sempre com o bloco de oposição em relação à
composição da Mesa desta Casa e que tinha um documento que seria amanhã, no
almoço, difundido, no qual dava um ano para cada Partido, conforme outros
oradores relataram.
O que eu não concordo, de alguns Vereadores que me antecederam nesta
tribuna de Lideranças, é falar em Judas. Absolutamente, nesta Casa não há, e se
há, desconheço, algum dos 33 Vereadores que não tenha palavra. Agora, ninguém
desconhece que, embora um Vereador tenha liderança, tenha palavra, tenha
opinião, ele pode ser vencido e derrotado com opiniões diversas no âmbito do
seu Partido.
A minha posição todo mundo conhece. Ontem não houve nenhuma conclusão,
não houve nenhum documento assinado. Eu mesmo, para me certificar de que era
uma decisão realmente partidária, solicitei ao Presidente Regional do Partido,
Sereno Chaise, que fizesse uma reunião da Executiva Regional e documentasse que
era uma imposição à Bancada na Câmara. E ele assim disse que faria. E ainda
hoje lhe telefonei, pedindo que adiasse o que pudesse esta reunião, esta
decisão, para que no amalgamássemos, aqui na Câmara, à verdadeira feição da
futura composição da Mesa. Até porque o Presidente da Casa, o mais votado do
PDT, deve ser ouvido, evidentemente. E ele não estava presente na reunião, não
foi convidado; foi surpreendido, hoje, pelo jornal. Não é justo que se faça
isso com o Vereador mais votado nas últimas duas eleições e, hoje, Presidente
da Casa. Então, não se pode, por mais democrático que um Partido queira ser,
impor. E mais, da parte do PT também houve reação. O Sr. Pilla Vares,
Presidente do Diretório Municipal do PT, na reunião, levantou-se e pediu que o
Diretório Municipal do PT também fosse ouvido. Então, ambas as partes,-
posicionaram-se, isoladamente, mas, contrariamente ao que foi decidido ontem -
precipitadamente, açodadamente, em relação a uma questão tão importante.
A minha posição é conhecida. Eu tinha dado e mantenho, até que fatos
mudem completamente a feição, a minha palavra do lado das oposições desta Casa
junto com o Ver. Isaac Ainhorn. De nossa parte, as coisas estão postas,
repostas e ratificadas. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Negrinho está
com a palavra em tempo de Liderança.
O SR. LUIZ NEGRINHO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu não vou entrar neste assunto de discussão da Mesa, até porque
não estarei aqui no próximo ano. Mas quem tem boa memória deve lembrar o que
falei da tribuna, num ano que eu não me recordo, a respeito destas negociações
da feitura da Mesa. Eu acredito muito no PDT, nas oposições e acredito na
palavra dos Vereadores desta Casa. Agora, se isso realmente acontecer, se o PDT
aceitar ser engolido pelo PT, acho que vai ser um fato lamentável para o PDT da
Capital e do Estado. Vai ser uma pá de cal na existência do PDT.
Mas o que me faz vir à tribuna são algumas informações de Conselheiros
do Orçamento Participativo após uma reunião ontem, que se entendeu até o final
da tarde, na região Centro-Sul, acerca das minhas Emendas ao Orçamento. Foram
dizer, numa atitude maldosa, que este Vereador fez vinte e uma emendas tirando
recursos da habitação popular e colocando em despesas com funcionário público.
Além de ser mal-intencionado é mal-informado, porque não soube dizer o que
realmente aconteceu e misturou tudo. Quando esta pessoa estiver aqui,
observando, vigiando os Vereadores para dar as informações na reunião do
Conselho, essas devem ser corretas.
Há algum tempo eu comentei sobre a extinção da Praça de Esportes na
área da FEBEM, na Grande Cruzeiro. Realmente está lá, sendo construída, uma
casa de detenção dentro do bairro Cristal. E nesses dois últimos dias, a que
nós assistimos? Uma fuga em massa da FEBEM. Esses menores saíram para cometer
assaltos. Residências do bairro Cristal foram invadidas, os moradores ameaçados
para não denunciar, e alguns ficaram mais de 24 horas! Os moradores não querem
essa casa lá. Esse fato vai se repetir toda vez que houver uma fuga na FEBEM,
porque basta pular os muros e entrar nas residências. A FEBEM não tem um muro
de contenção; as pessoas entram e saem livremente. A comunidade não quer. O
Orçamento Participativo não se pronuncia e acho que deveria se pronunciar,
porque se o Orçamento Participativo está presente em todas as obras da Cidade,
seja do Governo Municipal, Estadual ou Federal, deveria também dar a sua
opinião a respeito desta Casa de Detenção dentro do Bairro Cristal.
Não aconteceu nenhuma fatalidade, graças a Deus, mas o jornal de hoje
mostra que isso poderia ter ocorrido lá, porque as famílias sabem que as fugas
da FEBEM geram uma intranqüilidade, porque suas casas ficam à mercê. Qual é a
família, atacada. por um delinqüente que foge da FEBEM, que vai reagir e
denunciá-lo? E eu venho denunciando isso desde que assumi como Vereador. Acho
que a FEBEM deve fazer um muro de contenção para dificultar a fuga desses
delinqüentes. E agora, em plena Av. Capivari, próximo ao final da linha de
ônibus, próximo a uma escola, está sendo construída mais uma casa e sem nenhuma
segurança.
Espero que não aconteça uma fuga em massa, como ocorreu ontem, e que
não aconteçam tragédias no Bairro Cristal. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Henrique Fontana
está com a palavra para uma Comunicação de Liderança.
O SR. HENRIQUE FONTANA: Sr. Presidente, Sra. e Srs.
Vereadores, nós estamos fazendo um debate, na tarde hoje, a respeito da
composição política da futura Mesa Diretora dos trabalhos da próxima
Legislatura. E, algumas questões são estranhas no argumento de alguns
Vereadores. A primeira questão que eu gostaria de ressaltar em nome do Partido dos Trabalhadores e da Frente
Popular, desde o inicio do processo de negociações nós temos falado com todas
as Bancadas que têm assento nesta Casa e feito a mesma proposta. Queremos
compor, no limite do possível, uma Mesa Diretora nas condições de
pluripartidarismo e de proporcionalidade, característica, aliás, que não foi
garantida por aqueles que fizeram acordo na última Legislatura.
Segunda questão: é estranho que alguns Vereadores, por exemplo o Ver.
Pedro Américo Leal insistia com esse argumento, digam e sustentem que não seria
proporcional ao PT, que tem 14 Vereadores na Casa, ocupar a Presidência da Casa
por dois anos e que isto não respeitaria a composição proporcional e
pluripartidária. Estes mesmos partidos que, por exemplo, na Assembléia
Legislativa, o PPB tem 14 deputados de um total de 55 deputados e, numa
composição democrática, pluripartidária, proporcional, ocupa a presidência por
dois anos. Então porque é que se criou este clima dentro da Casa - eu ouvi em
todos os cantos - de que o PT não pode, legítima e democraticamente, ocupar a
Presidência por dois anos. E, aqui , não se trata de busca de cargos ou de
posições, ou disso, ou daquilo, eu sou da turma do Ver. João Dib, se trata da
busca de encargos, porque nós temos um espaço político concedido nas urnas da
Cidade de Porto Alegre no dia 3 de outubro, e é por este espaço político que a
nossa Bancada, democraticamente, luta e sempre lutará neste Plenário. Nós não
podemos falsear a vontade de todos aqueles que confiaram à nossa Bancada o
tamanho proporcional que ela tem nesta Casa. E é disso que se trata
simplesmente. E o que aconteceu na reunião de ontem? Muito corretamente, dois
Partidos que, têm sim, diversos debates em comum neste momento na conjuntura
política deste Estado e deste País, promoveram uma reunião aberta,
transparente, democrática, com todas as finalidades de qualquer reunião
política e lá discutiram, corretamente, que esses Partidos estivessem na
composição da futura direção da Câmara de Vereadores.
Aliás, o que eu poderia e deveria estranhar aqui é que muitos
Vereadores que cobram uma determinada sistemática de negociação não se
perguntam porque houve 10, 15 reuniões do chamado bloco de oposições, que é
legítimo. Nunca vim a esta tribuna para questionar o chamado "bloco de
oposição". É legítimo que todos se reúnam com quem quiser. A pergunta que
poderia caber é o que se estava prevendo de construir como proposta política
nesse chamado "bloco de oposição". Talvez uma proposta que se
consolidasse por maioria e que se tornasse um fato consumado para procurar o PT
a posteriori e dizer, a Bancada do Partido dos Trabalhadores com 14 Vereadores,
agora composta com o Ver. Lauro Hagemann pela Frente Popular, porque este
Vereador e o Ver. Verle não estarão na próxima Legislatura, que esta Bancada
deve ter o mesmo espaço político que uma Bancada com cinco Vereadores. É de
proporcionalidade política e democrática que estamos tratando. E é isto que se
estava debatendo e houve sim, por uma vontade política importante expressada na
reunião de ontem, por parte do PDT, a idéia de que esta composição é correta. E
o Presidente Regional do PDT, os Vereadores que estavam lá, Ver. Elói
Guimarães, Ver. Pedro Ruas e o Ver. Nereu D’Ávila, colocaram que iríamos
expressar para a sociedade que esta primeira parte da discussão que tinha sido
feita estava composta, de que o PT presidirá a Casa por dois anos e o PDT por
um ano. Não há, na verdade, nenhum acordo assinado, não há a totalização das
negociações, mas há sim tudo isto que coloquei nesta tribuna.
E digo que a vontade do Partido dos Trabalhadores, que expresso aqui, e a vontade também do PDT, expressa naquela reunião, pelos menos por importantes opiniões que ali estavam, é de que este núcleo inicial desta composição política quer, sim, efetivar o pluripartidarismo e a proporcionalidade na gestão dos destinos desta Câmara de Vereadores para a próxima Legislatura. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt
está com a palavra, em Comunicação de Líder.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, estamos em uma fase em que várias fábulas e várias histórias
clássicas têm sido reescritas e revisadas sobre a perspectiva do que se
convencionou chamar de politicamente correto ou politicamente incorreto.
Quero mencionar uma velha fábula do Mestre Esopo, nesta fábula o
carneiro bebe água no rio e o lobo está, igualmente, a fazê-lo num ponto acima
do carneiro. Mas, como o lobo quer comer o carneiro de qualquer maneira, vai
acusar o animal, que está abaixo do ponto de captação, de que está turvando a
sua água e engole o carneiro.
Na versão que vejo hoje, a fábula tem uma variante: o carneiro, de
fato, está num ponto abaixo, mas, como o lobo quer comê-lo de qualquer maneira,
chama o pai do carneiro e diz-lhe: "Leva o carneirinho para cima do ponto,
que, assim, eu fico moralmente justificado para poder comê-lo sem nenhuma dor
moral ou ética". E o papai, repetindo a Bíblia e confiando fielmente na
intervenção do Deus barbudo Jeová, leva o carneirinho para o ponto de cima, o
lobo passa quatro anos lambendo o carneirinho e, no último dia, come, não só o
carneirinho como também o papai do carneirinho. Jeová não interfere na
política, Jeová não aparece para sustentar a faca que vai cair sobre a pedra do
sacrifício. Só na Bíblia! No dia-a-dia, não. E o problema é que a não
intervenção de Jeová nessa história, nessa fábula dos carneirinhos, em que o
papai acaba traindo o filhinho, tem desenlaces que não se circunscrevem à Casa,
tem desenlaces que atingem toda a Cidade de Porto Alegre. Não é só uma disputa
de Mesa Diretora, não é só uma disputa, de cargos; é uma disputa que passa pela
Cidade, por um projeto ideológico, por uma eleição daqui a dois anos, daqui a
quatro anos, e por aí afora. Há um vesgo no discurso da proporcionalidade
democrática do PT. O vesgo é que, fragmentando a Casa apenas em Bancadas, é
evidente que 14 é mais do que 19. Mas, se nós fizermos a correção da vesguice,
19, que é a oposição, foi o que o eleitorado de Porto Alegre decidiu para o
Legislativo, da mesma maneira que decidiu para o Executivo, sabiamente, uma
outra coisa. E esse é o equilíbrio democrático: maioria de um lado e uma outra
maioria para o outro lado. Quebrar essa maioria ë intervir no processo e criar
o desvio do vesgo, é exatamente fazer o papel do papai cordeiro e levar o filho
lá para o ponto de cima para justificar o sacrifício.
Toco nesta questão porque me parece que a proposta que vinha sendo
elaborada cuidadosamente pelo chamado "bloco de oposições", que tinha
desde a posição mais radical de não dar nenhum espaço ao Partido dos
Trabalhadores, até a posição mais benéfica que era a de reconhecer os dois
anos, tinha conseguido chegar numa posição mediada que nos parece absolutamente
tranqüila.
Quem conhece o documento - e o PT o conhece - sabe muito bem. Havia
proporcionalidade, havia possibilidade e havia, sobretudo, uma coisa que é
muito rara em política: o Ver. Fernando Záchia, em nome do PMDB, e este
Vereador em nome do PSDB, havíamos tido a tranqüilidade absoluta de abrir mão
de qualquer reivindicação de Mesa, de Presidência muito especialmente, para
compor um acordo que fosse de fato democrático e transparente. Agora, com a
mesma tranqüilidade que fizemos isso eu digo: um acordo que dê dois anos a uma
única Bancada, nas circunstâncias de hoje, não é democrático, não é respeitoso
com o eleitorado de Porto Alegre porque não atende à proporcionalidade que não
é de Bancadas, mas que é de posições que foram traduzidas claramente naquilo
que o Ver. Fontana mencionou: um bloco de oposição, um bloco de situação. Eles
são equilibrados, há que equilibrar também na Mesa Diretora. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann está
com a palavra em Comunicação de Líder.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, em nome do PPS, sucessor do PCB, assumo a tribuna esta tarde para
uma ingrata tarefa: comunicar o falecimento, ocorrido anteontem, da Cidadã
Emérita de Porto Alegre, Julieta Ramos Batistioli, primeira mulher a exercer a
vereança nesta Cidade após a democratização, em 1948. Não queria mais repetir
alguns dos tributos que fizeram de Julieta Batistioli uma Cidadã da mais
qualificada categoria, trabalhadora, operária, dirigente sindical, ingressou
muito cedo na luta política. Membro do Partido Comunista Brasileiro, desde a
adolescência, enfrentou todas as agruras possíveis num período conturbado da
vida nacional e internacional. Foi presa várias vezes, perseguida, mas não
desistiu da luta em prol de uma sociedade melhor. Julieta Batistioli
completaria 90 anos de idade no próximo dia. 13 de janeiro.
Foi uma vida repleta de atividades sociais. Uma vida inteira dedicada a
uma idéia. Manteve-se fiel, durante todo o tempo, a seus princípios. Esta Casa
tem, particularmente, para com Julieta
Batistioli, uma lembrança muito agradável, pois foi, aqui, como suplente
da Bancada do Partido Social Progressista, em 12 de janeiro de 1948, que
Julieta Batistioli começou a percorrer um longo caminho. Julieta, durante a sua
vida parlamentar e fora dela, além de dirigente sindical, trabalhou muito pela
organização das mulheres. Foi ela quem organizou, aqui, o 1º Congresso das
Mães, ajudou a organizar, porque ninguém organiza nada sozinho, através da
Federação Gaúcha das Mulheres. Então, isso é uma luta muito antiga. Foi ela, também, quem ajudou a organizar o
1º Congresso da Mulher Trabalhadora realizado no Rio de Janeiro.
Julieta Batistioli percorreu diversas comunidades do interior do
Estado, pregando a necessidade de uma reforma agrária, junto às mulheres
gaúchas, porque, naquela época, a reforma agrária era coisa de comunista. Hoje,
felizmente, é uma bandeira que todos os brasileiros estão abraçando. Em memória
de Julieta Batistioli, solicitaria através de Requerimento, Sr. Presidente, que
fizéssemos um minuto de silêncio. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Requerimento do Ver. Lauro Hagemann defere o
pedido de um minuto de silêncio.
(Faz-se um minuto de silêncio no Plenário.)
O Ver. Fernando Záchia está com a palavra em tempo de Liderança.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, ouvi as manifestações de todas as Lideranças sobre a composição da
nova Mesa Diretora, e com muita tranqüilidade falo, porque talvez tenha sido
um dos Vereadores dos Partidos ditos de oposição, o que mais participou dessas
reuniões com todas as Bancadas, sempre com o objetivo, juntamente com os
Vereadores Pedro Américo Leal e João Dib, de termos uma Mesa, para os próximos
quatro anos, que representasse e respeitasse todos os partidos com assento
nesta Casa.
É uma composição extremamente difícil, porque estávamos numa divisão de
interesses. Os Partidos, ditos de oposição, entendiam que, no máximo, devesse
haver a participação do PT em um ano da Presidência; e o PT entendia que, pela
sua grande representatividade, de 14 Vereadores para o próximo mandato, deveria
ter dois anos de Presidência. Montamos, com a
ajuda dos Vereadores, um estudo
onde contemplasse todos os interesses dos Partidos. O PDT presidiria a Casa, o
PTB, PPB; os demais Partidos presidiriam as Comissões. Claro que os Partidos
que tinham uma representação maior teriam uma contemplação maior. Nós
entendíamos e éramos parceiros do PT, porque o PT tinha como objetivo bastante
claro e justo de que se abrisse a estrutura da Casa, para que todos os Partidos
tivessem participação. Todos os 33 Vereadores seriam contemplados na divisão da
participação dessa estrutura, para que aqui eles pudessem desenvolver um
trabalho de uma maneira equilibrada, de uma maneira correta.
Éramos dessa tese, e somos dessa tese, trabalhamos por essa tese e
tínhamos o PT como parceiro, porque isso era dito pelo PT. Essa tese que fazia
com que nós, PMDB, PTB, fôssemos aos Partidos de oposição para advogarmos em
favor do PT. Porque não podia o PT, que elegeu 14 Vereadores, ficar fora dessa
administração dos próximos quatro anos. Dizíamos aos representantes do PT que
estávamos abertos para algumas negociações, para alguns ajustes. Ouvimos, Ver.
Nereu D'Ávila, sempre muito claramente, que o PMDB e o PTB eram importantes
para que nós pudéssemos acabar com o feudo do PDT nesta Casa. Tínhamos que,
juntos, moralizar ainda mais esta Casa, tínhamos que acabar com essa estrutura
do PDT que manda nesta Casa por diversos anos. Uma das propostas que existia,
principalmente, pelo Ver. João Dib, por quem temos uma simpatia muito grande,
que o PPB participasse dois anos da Presidência, que PPB, não por escolha do
Ver. João Dib, vamos deixar bem claro, mas por um consenso desta Casa, que o
PPB presidiria, através do Ver. João Dib, o terceiro ano; e o PDT ou o PTB
presidiria o quarto ano. O PMDB , isso foi dito, e Ver. Antonio Hohlfeldt,
entendia e nunca postulou absolutamente nada a não ser os seus espaços normais,
porque entendemos que deve haver um equilíbrio na Casa. Nós passamos pelo
processo do PC do B, através do Ver. Raul Carrion, extremamente constrangedor.
O Vereador, com assento nesta Casa, teve que discutir por uma liderança que era
óbvia e normal. Não podemos compreender que o PFL, o PSB, o PMDB, que são os
Partidos menores desta Casa, não tivessem assegurados seus espaços dentro da
estrutura. O que nós insistimos, o que o PMDB entende que deva ser
concretizado, é que se haja uma grande composição para um melhor funcionamento
desta Casa. Se tiver que haver exclusão de Partidos menores para que aconteça
isso, Partidos como o PFL, PSB e PMDB, mesmo entendendo não ser justo e
correto, mas se for para melhorar a Casa, essa era a tese do PT, que devia ser,
então, excluído o PDT desse processo, mas eu, agora, constrangedoramente, e até
sem entender, vejo fazendo parte desta composição o PDT. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Décio Schauren
solicita licença para tratamento de interesse particular no dia de hoje.
(Foi aprovado Requerimento de licença do Ver, Décio Schauren, e dada posse, conforme consta da Ata.)
Havendo
quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
PROC. 2499/96 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N°
053/96, que
estima a Receita e fixa a Despesa do Departamento Municipal de Habitação -
DEMHAB, para o exercício econômico-financeiro de 1997. Com Emendas n°s 01 a 26.
Parecer
- da CEFOR. Relator Ver. Artur Zanella: pela aprovação do
Projeto e das Emendas n°s 0l a 26.
Observações:
- Projeto submetido à votação com as Emendas
aprovadas pela CEFOR (Art. 120, VI, do Regimento);
- 1/3 dos Vereadores
poderá solicitar ao Presidente a votação em Plenário de Emenda aprovada ou
rejeitada na Comissão (Art. 120, VI e IX, do Regimento);
- somente Emendas subscritas pela maioria dos
membros da CEFOR são admitidas nesta fase (Art. 120, Parágrafo único, do
Regimento);
- quórum para aprovação: maioria simples de votos,
presente a maioria absoluta dos Vereadores (Art. 53, "caput", c/c
Art. 82, "caput", da LOM);
-
votação das Emendas de nºs
14 a 26.
-
O SR. PRESIDENTE: Colocamos em votação a
Emenda n.º 14, do PLE nº 53/96.O Ver. Jocelin Azambuja está inscrito para
encaminhar. Havia um pedido para que não encaminhassem, no dia de hoje, feito
como um apelo; mas, evidente que, regimentalmente, cabe. Vamos apelar ao bom
senso dos Srs. Vereadores, a fim de que terminemos a votação dos dois Projetos
orçamentários, cujo prazo expira amanhã.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de
Ordem): Nós
estamos votando os Projetos mais importantes do ano, que são os Projetos do
Orçamento. Temos várias e várias Emendas, tanto a esse Projeto do DEMHAB como
ao próximo, que será o da Centralizada. Se nós vamos votar sem encaminhamento,
vamos votar sem conhecer as Emendas, muitas vezes vamos rejeitar boas Emendas e
aprovar outras que, talvez, não sejam tão boas assim. Então, eu pediria a V. Exa.
que, mesmo que tivermos que usar mais tempo, mantenhamos esse encaminhamento de
dois minutos que não roubará assim tanto tempo, quanto ao prejuízo que poderá
haver com a rejeição de alguma Emenda importante.
O SR. PRESIDENTE: Nobre Vereador, a Mesa apenas
fez um apelo no sentido do encaminhamento dos trabalhos. Não tem natureza
impositiva, foi um apelo, uma ponderação no sentido de que praticamente todas
as Emendas têm o mesmo conteúdo. Como está sendo encaminhada uma a uma, o
próprio Ver. Luiz Negrinho autor das Emendas ontem, concordou que se fizesse
apenas a votação, não que fosse impositivo, mas que ele abriria mão dos
encaminhamentos para uma celeridade maior do andamento dos processos de maior
importância do ano.
O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, primeiro lugar, quero lamentar o constrangimento a que o Presidente
desta Casa me submeteu. Essa atitude não cabe ao Presidente da Câmara, e muito
menos ser dirigida a este Vereador, que teria sido sempre respeitoso com todos
os companheiros e com o Regimento desta Casa.
Quero dizer ao Ver. Luiz Negrinho que ele utilizou de um atributo do
poder que todos nós, Vereadores eleitos e Vereadores da nova composição da
Câmara de Vereadores, que tiveram o voto representativo de mais de um milhão e
trezentos mil porto-alegrenses, temos. É esta Casa que deve decidir pelo
Orçamento de Porto Alegre.
V. Exa., Ver. Luiz Negrinho, deve se lembrar do primeiro discurso que
fizemos, no dia 1º de janeiro de 1993, em nome da Bancada do PTB, quando
afirmávamos que existiam três poderes constituídos pela Constituição Nacional -
o Poder Judiciário, Executivo e Legislativo - e que não aceitaríamos a tutela
de um quarto poder, pois acima de todos nós está o povo.
Pois o PT criou o seu Orçamento Participativo, e esta Casa deu o
respaldo político de que o PT precisava para mentir à população de Porto
Alegre, dizendo que, no Orçamento Participativo, eles decidem em nome do povo
de Porto Alegre. Vejo o Prefeito, a todo o momento, descaradamente, dizer que
isso, ou aquilo foi decidido pelo Orçamento Participativo, quando todos sabemos
que isso não é verdade.
Voltarei a discutir suas Emendas, Ver. Luiz Negrinho. Por enquanto, tem
o meu apoio favorável. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver.
Reginaldo Pujol, para encaminhar a Emenda nº 14, aposta ao PLE 53/96.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu encaminho contra essa Emenda do Ver. Luiz Negrinho que está
sendo votada de forma muito açodada. Eu sequer tenho conhecimento de qual é a
Emenda que está sendo votada porque ela não foi anunciada. Espero que o Ver.
Luiz Negrinho venha à tribuna e me explique essa Emenda, é uma maneira que eu
possa eventualmente mudar a minha posição. Eu acho que esta Casa não tem tanta
pressa de votar, podemos discutir amplamente. Tanto é verdade que não tem tanta
pressa que a Sessão foi convocada para as 4 horas da tarde e estamos agora, às
5 horas e 31 minutos na primeira das várias Emendas que tem o Ver. Luiz
Negrinho.
Se eu não tiver a clareza do que busca o Ver. Luiz Negrinho com a sua
Emenda, eu vou ser compelido, por desconhecer e até como protesto dessa forma
açodada de discutir uma matéria tão importante, de me posicionar contrário, não
seria a minha intenção, mas estou alertando que posso votar contra, se não
tiver o esclarecimento devido. Eu venho denunciando aqui na Casa que
antigamente podíamos discutir durante 10 minutos: o Regimento foi emendado,
voltou para cinco minutos, agora foi feito um acordo que é dois, só pode falar
um a favor e outro contra, na marcha que vamos seremos proibidos de falar.
Antes que isso aconteça vou votar contra a Emenda do Ver. Luiz Negrinho até
como protesto pela forma com que ela é votada. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Luiz
Negrinho, para encaminhar como autor.
O SR. LUIZ NEGRINHO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, vou fazer um apelo ao Presidente da Mesa que quando colocar a
Emenda em votação que a cite, porque eu também estava em dúvida a respeito da
Emenda nº 14. Essa Emenda destina 800 mil reais para a regularização da Vila
Cruzeiro. Aproveito esta oportunidade para dizer aos Conselheiros do Orçamento Participativo do PT, infelizmente hoje
não estão aqui, que mencionassem lá na reunião dos Conselhos que o seu Partido,
a sua Bancada aqui na Câmara, está votando contra a habitação popular eleita
pelo próprio Executivo com prioridade para o ano de 1997. Essa é a informação que
eles devem levar corretamente para as reuniões do Conselho do Orçamento
Participativo, e não vir aqui para dizer que o Ver. Luiz Negrinho apresentou
vinte e uma Emendas tirando o dinheiro da habitação popular para dar ao
funcionário público. Além de mal-informados e mal-intencionados, têm outra
característica que não vou colocar aqui. Eles vêm aqui, pegam uma informação e
a transmitem totalmente errada. O que este Vereador está fazendo é retirar
recursos de dentro do próprio Orçamento que, inclusive, vem do próprio
Orçamento Federal, para que sejam aplicados na habitação popular. Isso, Ver.
Jocelin Azambuja, é uma grande lição para nós, e para os próximos Vereadores,
porque quem decide o Orçamento da Cidade é a Câmara de Vereadores. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda nº 14,
ao PLE nº 053/96 (Pausa.) O Ver. Luiz Negrinho solicita que seja realizada a
chamada nominal. (Após a chamada). REJEITADA
a Emenda nº 14 por 13 votos SIM
e 15 votos NÃO.
Em votação a Emenda nº 15, ao PLE 53/96. O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra, para encaminhar.
O SR JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Ver. Luiz Negrinho, mais uma Emenda importante que busca fazer com
que a vontade das comunidades seja respeitada.
O que é mais grave, Srs. Vereadores, é que o nosso Orçamento Municipal,
na verdade, nós o aprovamos para não ser cumprido, porque o Executivo não
cumpre e acaba tudo como está. O Poder Legislativo não fiscaliza as ações do
Poder Executivo, não exige o cumprimento do orçamento. Nós já tivemos várias
Emendas aqui, aprovadas no Orçamento, sem
o cumprimento devido do Poder Executivo. Então, na verdade, Ver. Luiz
Negrinho, é a mesma coisa que quando chegarmos na votação, as suas Emendas,
como as que vão ser votadas no Orçamento da Centralizada, na qual esta Casa não
deve votar, porque não temos até hoje o plano de obras que o Município de Porto
Alegre vai desenvolver, que diz que já vem aprovado para a Casa pelo Orçamento
Participativo, que os Vereadores têm só que homologar. Então, tem que
apresentar aqui, se não apresentarem, os Vereadores não devem votar o Orçamento
da Centralizada. Enquanto o Executivo não encaminhar para esta Casa, não tem
votação da Centralizada, não podemos votar para não sermos bobos. Como é que
vamos admitir votar algo que nem sabemos o que é? Pelo menos, as suas Emendas,
sei o que estou votando, sei onde V. Exa. quer colocar os investimentos da
Cidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrados os encaminhamentos.
Vamos passar para a votação que será nominal, por solicitação do Ver. Luiz
Negrinho. (Após a chamada.) REJEITADA
a Emenda nº 15 por 10 votos SIM e 15
votos NÃO.
Em votação a Emenda nº 16, aposta ao PLE 53/96. O Ver. Jocelin Azambuja
está com a palavra, para encaminhar.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, Ver. Luiz Negrinho, este é um processo democrático, positivo, de os
Vereadores terem o poder de fazer Emendas, consubstanciadas nos apelos das suas
comunidades. Agora, o que nós estamos vendo? Um Projeto de Orçamento Municipal
em que os Vereadores vão votar e não sabem quais os investimentos que estão
sendo ali colocados. Como que um Vereador de Porto Alegre, eleito pela
população de Porto Alegre, poderá votar o Orçamento sem saber seu conteúdo?
Qual a capacidade? Só se forem mágicos, ou adivinhos, para saberem o que vai
ser votado na Administração Centralizada. A sua Emenda, Vereador, está
correta.. Eu sei o que V Exa. está
propondo. Nos mandam o Orçamento da Centralizada, e depois os Vereadores ficam
quatro anos conversando, mas votam sempre tudo que é mandado para cá. Apóiam
tudo o que o Executivo manda para esta Casa. Chegam a aceitar um orçamento sem
saberem o que estão votando. Queixam-se do quê? Não podem. Temos que exercer
nosso poder de Legisladores. Temos que votar aquilo que realmente está ali
escrito. Mas não dizerem para nós que o Orçamento Participativo aprovou, e
vocês têm que aprovar. Onde está a responsabilidade com os eleitores? Como é
que um Vereador de sã consciência vai votar a Administração Centralizada? Eu
voto com a Emenda do Ver. Luiz Negrinho. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está com a palavra, para
encaminhar.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, não é função do Vereador exercer a Administração. Ao Vereador
compete votar, autorizar o Executivo a arrecadar os impostos e fazer os gastos
públicos. O Prefeito Municipal, a Administração, o Executivo, se quiser fazer a
ponte, faz a ponte e não faz o esgoto. Essa é a natureza da Administração.
Estamos votando o Orçamento. Estamos votando na Casa um plano de recursos, uma autorização para arrecadar tributos e
fazer despesas. Essas despesas, reiteradamente, são da deliberação do Administrador
do Executivo, segundo sua sensibilidade.
Entendeu a Administração Popular de montar um chamado "Orçamento
Participativo". Poderia não ter feito, observa se quiser, porque é
deliberação dele. É da essência do administrador estabelecer as obras que entender.
Isso ele traz quando é escolhido Prefeito Municipal. O povo lhe dá essa
autoridade, esse mandato para, em nome da Cidade, fazer as obras que entender.
Se o Prefeito Municipal não atender as obras que reivindica o Ver. Luiz
Negrinho, é outro problema. Ele terá a sanção no seu devido tempo. Agora, nós,
Vereadores, não podemos fazer Emendas. Qual é o critério? Afinal, em Porto
Alegre só existem problemas na Vila Cruzeiro? Sim, existem, mas existem também
em outras áreas da Cidade. Então, a arrecadação universal do Município será
aplicada só na Vila Cruzeiro? Estamos votando aqui o princípio. Essa é a
questão fundamental. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra o Ver.
Luiz Negrinho, para encaminhar, como autor, a Emenda nº 14.
O SR. LUIZ NEGRINHO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu tenho uma admiração muito grande pelo Ver. Elói Guimarães, mas o
Vereador usou praticamente o mesmo discurso que o Ver. Henrique Fontana fez no
dia de ontem. Acredito que o Ver. Elói Guimarães não tenha lido todo o processo
e verificado que não é somente a Vila Cruzeiro. A Emenda nº 14 destinava
oitocentos mil para a Vila Cruzeiro: a Emenda nº 15, quatrocentos mil para a
Vila Divisa: Emenda nº 16, destina quinhentos mil para a Vila São Martinho.
Então, vamos falar da Vila São Martinho. Quem não conhece a Vila São Martinho!
No período eleitoral, aquele acesso para a Cel. Claudino, nº 210, é uma vila
grande, são dezenas de muros pintados com propagandas de candidatos da
Administração Popular. E esses moradores, com certeza absoluta, tomarão
conhecimento de que este Vereador apresentou Emenda prevendo recursos para que
lá houvesse melhoria de condições de vida e de que esses mesmos Vereadores, que
lá foram buscar o voto, votaram contra. E assim será.
Lá na Vila Cruzeiro, também. Por isso, já solicitei, Sr. Presidente - e
faço questão de repetir - a essa Mesa todos os votos dos Vereadores em cada
Emenda, porque essas comunidades têm que saber quem está contra e quem está a
favor delas. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.PRESIDENTE: Em votação a Emenda n.º 16,
aposta ao PLE 53/96. O Sr. 1º Secretário está com a palavra para proceder à
chamada nominal dos Srs. Vereadores. (Após a chamada). REJEITADA a emenda n.º 16 por 10 votos SIM e 16 votos NÃO.
Em votação a Emenda n.º 17. O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, mais uma Emenda que o Ver.
Luiz Negrinho faz com correção, que atinge justamente uma região importante da
Cidade de Porto Alegre. Os Vereadores, em especial o Ver. Elói Guimarães, têm
procurado abdicar do direito de legislar. Veja, Ver. Elói Guimarães, que o
Poder Legislativo se exerce de forma ampla e seus companheiros de Bancada., no
Governo Federal, defendem os interesses do Rio Grande do Sul. Negociam com as
demais Bancadas dos outros Estados os investimentos para o seu Estado. E o PDT,
no Governo Federal, não abre mão na Câmara Federal, Ver. Elói Guimarães, como
V. Exa. abre mão aqui na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, de defender os
interesses das comunidades. Então lá os partidos se unem em defesa do Rio
Grande dó Sul. E não é errado um Vereador ou um Deputado apresentar Emendas
nesse sentido. V. Exa. está com uma visão equivocada. Por outro lado, Ver. Elói
Guimarães, V. Exa., com os conhecimentos jurídicos e legais que possui, não
pode aprovar um orçamento da Administração Centralizada sem saber aonde estão
sendo projetados os investimentos. E V. Exa. sabe que o Poder Executivo tinha
que encaminhar para esta Casa o Plano de Obras, que não encaminhou. Então vou
aguardar o seu voto inteligente, pelo Vereador que respeito, pela tradição de
trabalho e seriedade que tem, ver a sua posição na votação do Orçamento da
Administração Centralizada. Porque se V. Exa. tem consciência do cargo que tem,
e sei da sua competência para este cargo, não poderá jamais votar este
Orçamento que aí está. Porque não veio para V. Exa. aquilo que determina a
legislação, o Plano de Investimentos; como o Governo Federal vota na Câmara
Federal e o Governo Estadual vota na Assembléia Legislativa, e que o seu
Partido defende lá. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE; Em
votação a Emenda nº 17. A votação será nominal, por solicitação do Ver. Jocelin
Azambuja. (Após a chamada.) REJEITADA por
9 votos SIM e 15 votos NÃO a Emenda nº 17.
Em votação a Emenda nº 18, ao PLE nº 53/96. O
Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra, para encaminhar.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Ver. Luiz Negrinho, precisamos, enquanto Poder Legislativo, fazer
Emendas que contemplem as comunidades que são de Porto Alegre, que são o povo
de Porto Alegre.
Talvez estivesse certo o Ver. Elói Guimarães quanto a que todos os
Vereadores poderiam apresentar as suas Emendas e debatê-las até chegarmos a um
consenso para contemplar todas as áreas de Porto Alegre. Nesse sentido, até
estaria sendo correto. Mas como os Vereadores abriram mão disso, V. Exa. não
abriu. O Ver. Elói Guimarães tem uma tese que o seu Partido não defende em
nível federal nem em nível estadual; da mesma forma os demais Partidos com
assento nesta Casa. Em nível estadual nós tivemos mais de quinhentas emendas.
Em nível federal não tenho nem lembrança do número, mas foram centenas, para não
dizer milhares, de emendas. Como foi aprovado o orçamento estadual, a
negociação, em que o PDT, PT, PMDB e todos os demais Partidos participam, eles
fazem o ato de legislar. O Ver. Elói Guimarães quer abrir mão dessa capacidade
que ele tem como legislador, é um direito que lhe assiste, mas não se pode
dizer que esta Casa não tem esse direito. Claro que tem! Como tem o dever de
votar o Projeto da Administração Centralizada só quando vier o plano de obras,
senão, não pode. Como votar aqui aquilo que não se sabe? Imaginem a nossa
situação dando um voto sem saber para que e qual comunidade será contemplada.
De forma alguma. Eu apóio V. Exa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está
com a palavra.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu insisto e respeito o apelo do Ver. Jocelin Azambuja, mas preciso
bater nessa tecla para dizer que tive oportunidade de participar de elaborações
do Orçamento do Município na qualidade de Secretário, em uma certa
oportunidade, e aqui muitos Vereadores participaram. Ele se rastreia, vejam
bem, frente às necessidades objetivas que tem a administração. Então, é todo um
trabalho, é todo um estudo técnico em que a autorização da receita, os
ingressos de tributos serão alocados a atender àqueles diversos itens do
orçamento. De repente surge uma Emenda retirando aquela verba para se alocar em
outra necessidade, que é respeitável. Isso cria um tumulto na ordem da proposta
orçamentária. Então, a função legislativa é de aprovar ou rejeitar o Orçamento.
Nós podemos rejeitá-lo, por entender que este Orçamento não preenche as
condições, etc. e tal. Agora, nós não podemos, Ver. Jocelin Azambuja, é, sem
critério universal, estabelecer determinadas prioridades, e eu sei que as Emendas
do Ver. Luiz Negrinho são importantes. Mas este critério não pode viger nesta
Casa. Eu lembro uma grande figura de Vereador, que foi o Ver. Clovis Brum. Ele
esgotava o Orçamento na Vila Divinéia. Até numa oportunidade, quando foi fazer
o cálculo das Emendas, ele extrapolou o Orçamento. É isso que eu quero colocar
aqui, pois o Vereador tem mecanismos de sensibilizar a autoridade da
administração para atender o que pleiteia. Agora, a forma a mecânica iria
tumultuar, pois o Ver. Jocelin Azambuja, diligente que é, apresentaria trinta
Emendas, o Ver. José Valdir levaria todos os recursos lá para a Zona Norte.
Então nós criaríamos um problema, um caos.
Eu louvo a atitude do Ver. Luiz Negrinho, que demonstra que está
preocupado com a Vila Cruzeiro do Sul, só que lamentavelmente por este método
nós não podemos fazer. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Ver. Luiz Negrinho para
encaminhar a Emenda nº 18.
O SR. LUIZ NEGRINHO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, mais uma vez o Ver.
Elói Guimarães insiste em dizer que esta Emenda vai dar recursos para a Vila
Cruzeiro do Sul. Eu venho à tribuna para esclarecer que são trezentos mil reais
para a regularização fundiária da Vila Arapeí, no Bairro Cristal. Eu já falei
no dia de ontem, eu reconheço as minhas dificuldades quando eu saio da Zona
Sul, e todos nós devemos reconhecer. Se eu convidar algum Vereador que é da
Zona Norte para conhecer o outro lado da Cidade, ele vai ter dificuldades.
Se essas Emendas todas estão próximas de uma determinada região, eu vou
fazer outro esclarecimento que alguns Vereadores não sabem: a população da
região da Grande Cruzeiro, que é de 29 vilas e bairros, é de cerca de 250 mil
habitantes. Apenas duas cidades do interior do Estado são maiores do que a
Grande Cruzeiro. E com esses recursos destinados àquela região, que é
totalmente carente, pois a Administração só resolveu fazer a pavimentação -
outras necessidades foram esquecidas - nós poderíamos dar condições de vida e
cidadania para aquelas pessoas. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda nº 18. O
Ver. Luiz Negrinho requer votação nominal. (Após a chamada). REJEITADA a Emenda nº 18, por 8 votos SIM, 16 votos NÃO.
Em votação a Emenda nº 19, aposta ao PLE 53/96. O Ver. Pedro Ruas
requer votação nominal. (Após a chamada.) REJEITADA
e Emenda nº 19 por 10 votos SIM
e 15 votos NÃO.
Em votação a Emenda nº 20. Nominal, a pedido do Ver. Luiz
Negrinho.(Após a chamada). REJEITADA, por
10 votos SIM e 16 votos NÃO.
Em votação a Emenda nº 21. Nominal, a pedido do Ver. Luiz Negrinho.
(Após a chamada). REJEITADA por 09
votos SIM e 16 votos NÃO.
Em votação a Emenda n 22, aposta ao PLE 53/96. O Ver. Jocelin Azambuja tá com a palavra para encaminhar.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, o Ver. Luiz Negrinho apresenta mais uma Emenda importante que visa
a preservar o direito de todos os Vereadores desta Casa de legislar.
O Ver. Elói Guimarães, quando defendeu contrariamente ao nosso poder de
legislar, em parte, na sua sapiência, tem razão quando se manifesta no sentido
de que deveria haver um equilíbrio entre as Emendas feitas para que pudessem
ser contemplados todos os setores da Cidade de Porto Alegre, mas o Ver. Elói
Guimarães não conseguiu responder-me qual a função do legislador, porque o
legislador federal usa do seu poder; o legislador estadual usa do seu poder, o
legislador municipal é que não sabe usar do seu poder, ou nem tem poder. Ele
apenas, aqui, vota conforme a vontade do Prefeito. Não discute. Fez isso durante
quatro anos e eu assisti isso e tenho assistido a cada votação.
Então, Ver. Elói Guimarães, nós não podemos abdicar do mandato de
Vereador, que a Cidade nos concedeu, assim como não o fazem seus companheiros
do PDT na Câmara Federal nem na Assembléia Legislativa. Não podemos abdicar do
nosso poder de legisladores, e eu, até o último dia do meu mandato, não
abdicarei, como não abdiquei nesses quatro anos, quando sempre vim aqui para
expor minhas posições, como agora o faço, apoiando as Emendas do Ver. Luiz
Negrinho. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa informa que esta
Sessão Extraordinária irá até às 20 horas e 20 minutos e votaremos, após, o
Processo da Centralizada. O Ver. Elói Guimarães está com a palavra.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, as Emendas no Congresso Nacional, ressalvada a sua maioria, são de
triste memória, e de triste memória foram as Emendas ao Orçamento. Nós não
abdicamos, Ver. Jocelin Azambuja. Nós estamos votando o Orçamento, autorizando
a Receita e votando a Despesa. Então, não há abdicação. A questão que fica, e
ai se dá o debate entre mim e V. Exa, e o cumprimento pela luta, pela garra que
sempre houve nesses quatro anos de mandato, e é uma injustiça, pois V. Exa.
deveria ficar aqui, porque sua presença é fundamental para o debate nesta Casa.
Agora, o que não podemos fazer é nos arvorar, nos instituir como instância que
determina a obra a ser construída. Não é da natureza do Legislativo. Não é aqui
e não é no Congresso Nacional. Parece-me que a mecânica no Congresso Nacional é
uma espécie de acordo, inclusive com o Executivo, para fazer as aplicações
aqui, ali, acolá, e se tem uma péssima memória daquilo lá, porque se prestou a
situações extremamente delicadas, do conhecimento generalizado da Nação.
O debate que fica é o Orçamento sendo rastreado em cima de um conjunto
de dados, inclusive de quantificações econômicas, de levantamento para
expressar o valor que deve ser alocada aquela obra. Não pode ser conduzido
dessa forma. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.PRESIDENTE: Em votação a Emenda nº 22.
A votação será nominal por solicitação do Ver. Luiz Negrinho. (Após a chamada.)
REJEITADA por 09 votos SIM e14 votos NÃO.
Em votação a Emenda nº 23. Votação nominal por solicitação do Ver. Luiz
Negrinho. (Após a chamada.) REJEITADA
a Emenda por 09 SIM e15 votos NÃO.
Em votação a Emenda nº 24. Nominal por solicitação do Ver. Luiz
Negrinho. (Após a chamada.) REJEITADA a
Emenda nº 24 por 9 votos SIM e16
votos NÃO.
Em votação a Emenda nº 25. Os Senhores Vereadores que estiverem a favor
permaneçam como estão. Os que forem contra se manifestem.
O SR. REGINALDO PUJOL: Senhor Presidente, eu quero
encaminhar.
O SR. PRESIDENTE: Não, já venceu o tempo de
encaminhamento.
O SR. REGINALDO PUJOL: Não, Senhor.
O SR. LUIZ NEGRINHO: Senhor Presidente, eu havia
solicitado votação nominal.
O SR. REGINALDO PUJOL: Eu solicito encaminhamento.
O SR. PRESIDENTE: Vereador, lamento, mas já
tinha encerrado o período de encaminhamento.
Face a dificuldade de colher os votos, nós vamos atender o Requerimento
do Ver. Luiz Negrinho e vamos fazer novamente nominal.
O SR. REGINALDO PUJOL
(Questão de Ordem): Imediatamente após Vossa Excelência declarar em votação, eu pedi a
palavra para encaminhar a votação. Eu sei o que fiz.
O SR. PRESIDENTE: Vereador as notas
taquigráficas confirmam que este...
O SR. REGINALDO PUJOL: Senhor Presidente, eu estou
no meu juízo perfeito. Sei o que disse.
O SR. PRESIDENTE: Não tenho dúvida nenhuma, a
Mesa não vai dialogar com Vossa Excelência.
O SR. REGINALDO PUJOL: Eu pedi para encaminhar
votação no momento oportuno.
O SR. PRESIDENTE: Vereador, já estava em
votação, os Vereadores já manifestavam a sua intenção de voto levantando as
mãos ou permanecendo como estavam. Já tinha vencido o prazo. Já está decidido.
O SR. REGINALDO PUJOL: Não vai continuar esta
Sessão. Vossa Excelência não é o dono da Casa, tenho os meus direitos.
O SR. PRESIDENTE: Estou presidindo os
trabalhos. Vossa Excelência está sendo respeitado.
Os trabalhos estão suspensos por um minuto.
(Suspendem-se os trabalhos às 18h32min.)
O SR. PRESIDENTE (às
18h33min):
Estão reabertos os trabalhos.
Apelo ao bom senso de V Exa., tenho um profundo respeito por V. Exa.
Informo que, naquele momento, eu já tinha feito a manifestação de votação, já
havia entrado no processo de votação.
O SR. REGINALDO PUJOL: Quando o senhor falou em
votação eu pedi a palavra para encaminhar. V. Exa. pode indeferir o meu pedido
por qualquer outra razão, mas não pelo fato de que eu não tenha feito o pedido
em tempo hábil.
O SR. PRESIDENTE: Eu até consultarei a
Diretoria Legislativa. No momento em que eu coloco em votação, estão vencidos
os períodos de encaminhamentos.
O SR. REGINALDO PUJOL
(Questão de Ordem): Eu só posso encaminhar uma matéria que entra em votação, antes disso
não é possível.
O SR. PRESIDENTE: Colocamos em votação nominal
a Requerimento do Ver. Luiz Negrinho.
O SR. REGINALDO
PUJOL(Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu pedi a palavra para encaminhar essa votação em
tempo hábil.
O SR. PRESIDENTE: Não é o entendimento de
quem preside a Sessão. O Presidente é o condutor dos trabalhos. V. Exa., como
um democrata, deverá submeter-se a uma deliberação que poderia até ser
equivocada deste Presidente, mas V. Exa. tem de acatar uma decisão da Mesa.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, em face da
expressa declaração de V. Exa., que reconhece o equívoco, em homenagem à Casa,
e a este Plenário, eu desisto de encaminhar essa matéria que requeri em tempo
hábil, conforme o Regimento.
O SR. PRESIDENTE: (Após a chamada.) REJEITADA
a Emenda n.º 25 por 09 votos SIM e
16 votos NÃO.
Em votação a Emenda de nº 26, aposta ao PLE 53/96. O Ver. Reginaldo
Pujol está com a palavra para encaminhar.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, requeri a palavra em tempo hábil para informar à Casa - sabemos que
qualquer pronunciamento, neste momento, é despiciendo - numa homenagem que,
faço a meus Pares, reafirmando o meu protesto pela forma descortês, e,
sobretudo, equivocada de como fui tratado pela presidência da Casa. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Negrinho está
com a palavra para encaminhar.
O SR. LUIZ NEGRINHO: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, esta é a última Emenda, de nº 26, quero reafirmar o pedido feito
anteriormente, não no sentido de fazer uma campanha contra quem votou essas
Emendas, mas quero renovar o pedido de votação individual de cada Vereador em
cada Emenda, porque acho que temos que acabar com essa história, essa demagogia,
de ir lá na comunidade fazer um discurso e aqui ter outra atitude.
Não citarei Vereadores, mas nos dias de ontem e hoje, deu para conhecer
algumas pessoas por quem eu tinha um grande respeito, porque presidem Comissões
e cuidam do problema da habitação. Esses Vereadores me decepcionaram aqui,
neste Plenário, porque, quando trazem a comunidade, lotando os Plenários aqui
da Casa, dizendo que estão favoráveis à habitação popular e aqui, no voto,
votam contra. Deixo, aqui, essa referência, renovo o meu pedido feito
anteriormente e quero dizer aqui da tribuna que quero fazer sim, porque vou ter
bastante tempo para isso, para que as comunidades tenham, pelo menos, um início
de melhoria de vida e tomem conhecimento de quem votou favorável e de quem
votou contra.
Existem Vereadores aqui que apresentaram Emendas do Executivo, que
serão discutidas nas próximas horas, vamos ver qual vai ser a coerência e a
atitude desses Vereadores. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Jocelin Azambuja
está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, a essas alturas, não se sabe se estamos encaminhando contra ou a
favor, porque o próprio Ver. Reginaldo Pujol não sabe se o fez a favor ou
contra, nada foi dito a ele. Mas, de qualquer maneira, Ver. Luiz Negrinho isso
que está acontecendo aqui, este atropelo para as votações, que gerou há pouco o
incidente com o Ver. Reginaldo Pujol, no afã da Mesa em se livrar logo desse
Processo, está sendo gerado justamente, porque não estamos votando com a
seriedade matérias de tamanha relevância.
A mesma seriedade está me preocupando na votação do Orçamento da
Administração Centralizada e, quando chegar aqui a votação, sem nenhum Plano de
Obras, de investimentos, quero ver esses Vereadores votarem esse Orçamento, e
não pode ser votado nesta Casa. Os membros da Comissão de Finanças e Orçamento
não podem votá-lo, assim como também os membros da Comissão de Transportes e
Urbanismo e os membros das demais Comissões, porque não sabem o que o Município
de Porto Alegre quer fazer com o Plano de Investimentos, porque não cumpriram a
legislação e não mandaram para esta Casa. E esta, Srs. Vereadores, é a grande
verdade.
Nós estamos nos enganando de fazer política, estamos nos enganando de
sermos Vereadores, estamos nos enganando de sermos representantes do povo. E
aqueles que foram eleitos para o novo mandato? Vão passar mais quatro anos,
aqui, brincando de fazer mandato? Não, tenho certeza. Querem exercê-lo na
plenitude, mas não abdicando dos seus deveres constitucionais e legais. Isto
não pode. Ou ficando nas mãos do Prefeito para vir aqui aprovar o que ele manda
aprovar? Não, isto tem que acabar. Isto não é exercer o Poder Legislativo. Isso
nós não podemos atender. Eu tenho certeza de que os Vereadores que foram
eleitos não vão querer abrir mão das suas prerrogativas. Ou vão, mais uma vez,
se submeter à vontade de um grupo político que vai determinar o que eles querem
que façam aqui dentro desta Casa? Eu espero que não. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. RAUL CARRION (Questão
de Ordem):
A minha Questão de Ordem é no sentido de que havia sido assegurado um
encaminhamento favorável e outro contra. Eu pedi para encaminhar contra e V.
Exa. me afirmou que o Vereador iria encaminhar contra, ele não encaminhou
contra e eu quero encaminhar contra.
O SR. PRESIDENTE: Vereador, eu indefiro o
pleito de V. Exa., uma vez que eu não posso colocar em dúvida a palavra de um
Vereador, quando afirma que vai à tribuna falar a favor ou contra uma matéria.
Fica na consciência de cada um.
O SR. RAUL CARRION (Questão
de Ordem):
Mas há o direito de alguém encaminhar contra, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE: Eu indefiro o pedido de V.
Exa.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, solicito
uma Questão de Ordem.
O SR. PRESIDENTE: Qual o dispositivo da
Questão de Ordem, Vereador?
O SR. ARTUR ZANELLA: 159.
O SR. PRESIDENTE: Está deferido o fundamento
de V. Exa.
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão
de Ordem):
Eu gostaria de saber da Presidência por que, com os Vereadores do PDT, os seus
amigos, os seus colegas, V. Exa. pede o número do Regimento Interno, e para
outros Vereadores V. Exa. não pede?
O SR. PRESIDENTE: É porque V. Exa. não tem
comparecido com assiduidade às Sessões e veria que do Ver. João Dib e de todos
os Vereadores eu tenho o exigido. O Ver. Raul Carrion estava inconformado com
uma manifestação em relação ao direito de usar a tribuna.
O SR. ARTUR ZANELLA: Para uns o Senhor pede;
para outros, não.
O SR. PRESIDENTE: Não é verdade.
O SR. ARTUR ZANELLA: É verdade, sim. E não me chame de mentiroso.
O SR. PRESIDENTE: Eu não o estou chamando de mentiroso, Vereador
Está encerrada a votação do
Projeto de Lei do DEMHAB e suas respectivas Emendas.
O SR. LUIZ NEGRINHO (Questão
de Ordem):
Não foi votada a Emenda.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa se penitencia com V.
Exa. e coloca em votação a Emenda n° 26, a última Emenda. O equívoco deste
Vereador deu-se em função das diversas questões e manifestações havidas em
relação a essa última Emenda.
Em votação a Emenda nº 26. Nominal a pedido do Ver. Luiz Negrinho.
(Após a chamada.) REJEITADA a Emenda
por 12 votos SIM e 14 votos NÃO.
O SR ANTONIO HOHLFELDT
(Requerimento): Reitero hoje o meu Requerimento de ontem, para votarmos o Requerimento
que solicitava a Renovação de Votação do Processo do DMLU. Porque dentro de um
acordo com a Bancada do PT entramos com o Requerimento de retirar de uma Emenda
do Orçamento da Centralizada, que se fizesse a votação dos dois requerimentos,
o que encaminharia depois as próximas votações.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento verbal do Ver. Antonio Hohlfeldt, para que
seja votado, hoje, o seu Requerimento de Renovação de Votação do PLE 51/96. Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados (Pausa.) APROVADO.
O SR. JOÃO DIB
(Requerimento): Eu havia solicitado a posicionamento da Comissão de Justiça sobre como
se aplica os 13% da saúde, se no Orçamento global da Prefeitura, como diz a Lei
Orgânica, ou se apenas nos gastos da Administração Centralizada. A Comissão de
Justiça não me forneceu a resposta e fico atrapalhado para saber como votar.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa vai levar a
preocupação de V. Exa. e o questionamento formulado por V. Exa. ao Presidente
da Comissão de Justiça, Ver. Airto Ferronato, que se encontra com o Processo.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA
(Requerimento): Há mais de vinte dias encaminhei par votação, conforme me foi
requerido por V. Exa., a indicação pela Comissão de Educação de uma funcionária
para compor o Conselho dos Direitos da Mulher e até agora V. Exa. e a Mesa
desta Casa não colocaram o Requerimento em votação e não recebi nenhuma
informação a respeito.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa informa que no dia
de ontem informou que estava na mesa o Parecer da Procuradoria da Casa e que
informava que a Comissão de Defesa do Consumidor e dos Direitos Humanos deveria
ser ouvida.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Com que fundamentos, Sr.
Presidente?
O SR. PRESIDENTE: O Parecer está à disposição
de V. Exa.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Eu gostaria de ter uma
cópia do Parecer.
O SR. PRESIDENTE: Perfeitamente.
Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Antonio
Hohlfeldt, solicitando a Renovação de Votação do PLE nº 51/96. O Ver. Antonio
Hohlfeldt solicita votação nominal. O Sr. 1º Secretário está com a palavra para
proceder à chamada nominal dos Srs. Vereadores. (Após a chamada.) REJEITADO o Requerimento por 12 votos SIM e 13 votos NÃO.
O SR. DILAMAR MACHADO
(Questão de Ordem): O fundamento legal da Questão de Ordem é o art. nº 212 do Regimento.
(Lê o art. 212.) Nesse sentido requeiro a V. Exa. que considere nula a votação
desta matéria, para que venha a ser votada posteriormente, em momento adequado.
O SR. PRESIDENTE: Não estamos em regime de
Convocação Extraordinária, Vereador, estamos em regime de Sessão
Extraordinária. Indefiro o pedido de V. Exa. A Mesa recebe o Recurso de V.
Exa., sem prejuízo do andamento da Sessão, sem efeito suspensivo.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 2495/96 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
049/96, que
estima a Receita e fixa a Despesa da Administração Direta do Município para o
exercício econômico-fïnanceiro de 1997. Com
Emendas nºs 02 a 22.
Parecer
- da CEFOR. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto e
das Emendas n°s 02 a 20 e n° 22; pela rejeição da Emenda n° 21.
Observações:
- Projeto submetido à votação com as Emendas
aprovadas pela CEFOR (Art. 120, VI, do Regimento);
- 1/3 dos Vereadores poderá solicitar ao Presidente
a votação em Plenário de Emenda aprovada ou rejeitada na Comissão (Art. 120, VI
e IX, do Regimento);
- somente Emendas subscritas pela maioria dos
membros da CEFOR são admitidas nesta fase (Art. 120, Parágrafo único, do
Regimento);
- quórum para aprovação: maioria simples de votos,
presente a maioria absoluta dos Vereadores (Art. 53, "caput", c/c
Art. 82, "caput", da LOM);
- retirada a Emenda nº 01.
O SR. PRESIDENTE: Requerimento do Ver. Antonio
Hohlfeldt para que seja retirada de tramitação a Emenda nº 3, aposta no PLL nº
49/96.
O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, o Ver. Antonio Hohlfeldt, dentro do direito que lhe assiste como
Vereador desta Casa, está requerendo a retirada da Emenda nº 3 referente ao
Projeto da Administração Centralizada. Venho à tribuna para analisar a questão.
Veja, Ver. Antonio Hohlfeldt, V. Exa. retira uma Emenda do Projeto da
Administração Centralizada, mas nem sabemos se vamos votar a Administração
Centralizada. Primeiro, temos uma convocação feita pelo Presidente, ontem, ao
final da Sessão, para uma Sessão Extraordinária, para votarmos justamente os
dois Processos: a conclusão do Processo que recém findamos e o da Administração
Centralizada. Espero que o façamos. Para isso fomos convocados.
Ainda, no início da Sessão, o Sr. Presidente dizia que a Sessão estava
convocada regimentalmente, que o Ver. Dilamar Machado tinha razão, até às
8h24min.
Deveremos, logicamente, continuar a Sessão, Ver. Antonio Hohlfeldt,
mesmo que V. Exa. esteja requerendo a retirada da sua Emenda. E Vamos apoiá-lo,
mas é necessário que cumpramos a convocação. Não posso aceitar, como já ouvi
dizer neste Plenário, que a Sessão tenha que ser encerrada, que temos que tirar
o quórum. De forma alguma. Fomos convocados para votar, temos que votar. Já vi
Vereador de maletinha indo embora. Quero ver todos aqui votando. Ou seja,
rejeitando a votação do Projeto da Administração Centralizada, porque ele não
pode ser votado. Não veio Plano de Obras para esta Casa, Ver. Pedro Américo
Leal. Não podemos dar, mais uma vez, um voto absurdo, como temos dado durante
quatro anos ao Governo Municipal votando matéria das quais não sabemos o
conteúdo. Como vamos votar investimentos para o Município que não sabemos quais
são. Que investimentos são esses? E o Ver. Elói Guimarães sabe muito bem que
nós não recebemos nada. O Vereador não sabe onde vai ser investido um centavo
do orçamento do Município. Como não sabem os Vereadores João Dib, Antonio
Hohlfeldt, Raul Carrion, Luiz Negrinho, Fernando Záchia e a Vera. Clênia
Maranhão. Talvez. os Vereadores do PT saibam e o Vereador Lauro Hagemann, que
faz parte da Administração Popular, porque os seus companheiros é que foram à
reunião do Orçamento Participativo e votaram e aprovaram de acordo com seus
interesses. Então, o Prefeito está mandando para cá um Orçamento para ser
votado, para se dizer à Casa o que vai ser votado. E eu espero que o PDT não se
una a este tipo situação. Espero que ele reflita muito bem sobre a sua postura
na votação do Orçamento da Administração Centralizada.
A preocupação do Ver. Antonio Hohlfeldt é correta no sentido de avaliar
as Emendas, e o fez e agora retirar a de número 03, porque tem outras Emendas
também importantes no orçamento. É importante que tenhamos a consciência da
responsabilidade para a qual nós fomos convocados.
Não podemos vir para este Plenário com pressa, sem a preocupação com o
que é mais importante em nosso dever: o exercício de poder legislar sobre o
Orçamento de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Vereador
Antonio Hohlfeldt.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu pretendia fazer um encaminhamento de retirada da Emenda, porque
já havia conversado com diversos Líderes. Mas, para, respeitosamente, não
deixar o Ver. Jocelin Azambuja sem a nossa colocação, eu quero dizer que,
independente da tese que S. Exa. esposa sobre a questão geral do Orçamento.
A retirada desta Emenda se dá a partir de uma colocação do Gabinete do
Planejamento, que entende que a transformação da verba dedicada a "Porto
Alegre em Cena", saindo da Centralizada para o FUNCULTURA, responde
parcialmente pela diferença e é estritamente ilegal entre o FUNPROARTE E O
FUNCULTURA. Nós aceitamos essa ponderação do GAPLAN, ao menos neste Orçamento;
quero deixar bem claro ao companheiro Ubiratan que não vai encontrar, em nenhum
texto, nosso ou da modificação, uma base legal para isso. Mas, para que não
digam que somos absolutamente infensos à negociação, aceitamos a ponderação do
GAPLAN para este Orçamento, conversamos para que, haja uma complementação por
decreto, no sentido das outras diferenças que identificamos, que foi assumido
pela Administração, e, portanto, retiramos a Emenda, na medida em que fica
sanada a nossa preocupação.
Quero deixar registrado que esta conversa que leva à retirada da
Emenda, está, de fato, ratificando que houve um descumprimento "stricto
sensu" da legislação específica FUNPROARTE-FUNCULTURA. Não existe no texto
modificado da Lei do FUNPROARTE ou do FUNCULTURA, que nós fizemos a pedido do
companheiro Luciano Alabarse, que responde pela área de artes cênicas, não está
escrito que tirar da Centralizada e passar para o FUNCULTURA teria, como
conseqüência, uma diferença a mais do FUNCULTURA para o FUNPROARTE. Acho que
neste momento não temos por que complicar. O que nos interessa é garantir
aquelas atividades culturais no Município. O "Porto Alegre em Cena" é
uma atividade importante; está atendida. As outras duas atividades que estavam
desatendidas também estão atendidas; há esse compromisso do GAPLAN e nós vamos
atender esse encaminhamento. E por isso, até para ganhar tempo, retiramos a
Emenda. Como ela tem Parecer favorável, preferimos retirá-la do que obrigar a
um destaque, pois nós teremos duas votações. Retiramos, sem entrar no mérito da
outra discussão, a qual V. Exa. encaminha corretamente.
Temos outras duas Emendas, que estão aprovadas; há também uma
disposição da Bancada do Governo em apoiá-las, que é a oficialização do Projeto
"Histórias do Trabalhador", com uma verba que lhe dá uma autonomia no
encaminhamento. Isso é complementado com um Projeto de Lei que nós temos
tramitando na Casa e não vamos votar neste ano, que oficializa este Projeto
através da usina, que é um projeto importante na área dos sindicatos, na área
de todo um trabalho que envolve trabalhadores de um modo geral.
A segunda Emenda é relativa ao Festival de Coros do RS, que é uma
atividade reconhecida pelo Município, por lei, mas que até hoje, infelizmente,
nunca teve verba específica para sua realização. Então, a pedido da Federação
de Coros, nós fizemos este encaminhamento de batismo de verba, por garantia,
porque no ano passado a verba foi tão pequena que não houve condições de uma
participação maior.
Então, encaminhamos nesse sentido, e requeremos aos companheiros
Vereadores o apoio para a retirada da Emenda n.º 03, porque aqueles objetivos
que buscávamos nas atividades culturais estão atingidos sem nenhum problema.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a
palavra para encaminhar.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e
Vereadores, vou encaminhar favoravelmente à propositura do Ver. Antonio
Hohlfeldt. E o faço porque lá, naquela Prefeitura, a tal de Secretaria da
Cultura, que diz que não tinha dinheiro para o Festival de Coros, faz
suplementação de verbas por resolução. E a resolução se baseia num Decreto do
Prefeito que autoriza o Secretário de Cultura a fazer suplementação de verba.
Mas eu até hoje pensava, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que a resolução,
como método de promover suplementação, fosse só na cultura; mas na saúde
também. O Secretário de Saúde hoje tem, no Diário Oficial, duas resoluções;
uma, usando unicamente recursos dos SUS; mas a outra, ele usa excesso de
arrecadação. E excesso de arrecadação a Fazenda sabe onde está, e tem muito. A
Prefeitura arrecada muito, tanto que até há poucos dias tinha 60 milhões de
reais no sistema financeiro, percebendo cerca de 2% ao mês, enquanto os
servidores municipais, poderiam, em recebendo o 13º salário a partir de julho,
liquidar débitos aos quais eles pagam 8, 9, 10% em cheque-forte, quando não 25%
aos agiotas, que a Prefeitura ajuda a alimentar.
A Lei 4360 diz que suplementação de verbas se faz por decreto, depois
de lei. Primeiro uma lei, como é o caso do Orçamento que vai ser votado, da
Administração Centralizada, que diz que até 5% poderá ser suplementada; depois
dos 5%, só com lei da Câmara. Mas antes dos decretos de suplementação do
Prefeito, há uma lei autorizando o Prefeito a decretar até aquele limite.
Agora, eu não conheço lei autorizando - já que a 4360 diz que é decreto, e
decreto do Prefeito - por resolução para fazer suplementação de verbas.
A Emenda do Ver. Antonio Hohlfeldt pode ser retirada. Não faz
diferença, Ver. Antonio Hohlfeldt. Porque lá eles dão para os primos do rei,
para os amigos do rei, para os parentes do rei, e, no caso, o rei não é o
Prefeito, é o próprio Secretário de Cultura, não sei quem seja.
Algumas coisas estranhas ocorrem nesta Cidade. Há alguns Pedidos de
Informação sobre aquela festança feita para inaugurar a escadaria do Morro, pagando
para a Família Lima vinte e não sei quantos mil reais para fazer um rápido
"show". Se distribuíssem algumas coisas para aquelas crianças do
Morro, talvez aproveitassem mais. Mas os amigos do rei estavam lá, batendo
palmas para a Família Lima, cujas músicas interpretadas, provavelmente
belíssimas, talvez não tenham atingido muito o público. Uma escola de samba
que, tenho certeza, iria até lá gratuitamente, apenas pelo transporte e
refrigerante com sanduíche, daria muito mais alegria, porque o povo poderia
participar.
A cultura tem, aqui, um tratamento diferente: o Secretário resolve e
suplementa verbas considerando o excesso de arrecadação que só a Secretaria da
Fazenda sabe, porque ela esconde até do Prefeito. Não sei que genialidade tem o
Secretário Municipal de Cultura para saber qual foi o excesso de arrecadação.
Eu sei que é muito grande, mas não sei quanto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento
do Ver. Antonio Hohlfeldt, que requer a retirada de tramitação da Emenda n.º 3,
ao PLL 49/96. (Pausa.) Os Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO o Requerimento do
Ver. Antonio Hohlfeldt.
Em discussão o PLL n.º 49/96. O Ver. Jocelin Azambuja está com a
palavra para discutir.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, entramos, agora, naquele que é, sem dúvida nenhuma, o Projeto mais
importante neste momento de votação do Orçamento Municipal. É um momento em que
todos os Vereadores têm que refletir profundamente sobre a decisão que vão
tomar, se mais uma vez votarão sem conhecimento do que estão votando ou se vão
exercer o seu poder, para o qual foram eleitos; só votando este Orçamento
quando o Governo Municipal cumprir com o seu dever, quando o Prefeito de Porto
Alegre respeitar esta Casa e o Poder Legislativo, fazendo com que se vote
aquilo que se sabe, e não, simplesmente, um conjunto de números, que não
retratam a verdade. Por exemplo a área de educação, onde se diz para a
população que aplicam-se as verbas previstas na Lei Orgânica Municipal, mas não
se faz dessa forma, retirando-se verbas da assistência social e colocando-se o
dinheiro da educação na Fundação de Educação Social e Comunitária. Ora, Srs.
Vereadores, a minha Emenda está correta. Com todo o respeito ao Ver. Luiz Braz,
meu companheiro de Bancada, Presidente da Comissão de Finanças e Orçamento, e
demais Vereadores, mas os Vereadores erraram na avaliação e fizeram um Parecer
insuficiente para rejeitar a Emenda que apresentei, que está tecnicamente
correta. Só que ela mexe em verbas de publicidade e mexe em verbas de
informática. Parece que se criou uma situação, aqui na Câmara, que em verba de
informática não pode mexer. Mas que
história é essa que verba da informática não se pode mexer. A verba de
informática hoje é 5,5% do Orçamento Municipal, para atender a PROCEMPA com 270
funcionários. É o serviço mais caro de informatização que se tem neste Estado.
Como nós vamos pagar isso? E aí me vem dizer que já está tudo contratado. Mas
como está tudo contratado? Não está nada contratado. Há uma previsão
orçamentária, não existe contrato nenhum fechado com a PROCEMPA.
Então, Srs. Vereadores, há um equívoco da Comissão de Finanças e
Orçamento e por isso eu pedi o destaque da minha Emenda, que está tecnicamente
correta. Que devolve à Secretaria de Educação as verbas da FESC, e retira das
diversas secretarias as verbas de informática e publicidade, transferindo à
FESC. Não interfere na verba de pessoal da FESC que está preservada. Só
interfere, evidentemente, que se retire as verbas de investimentos para a
educação. Em Poro Alegre tem uma educação que lamentavelmente é crítica. Não
existe investimento de fato em educação em Porto Alegre. Existe é um jogo de
números. E é bom, Srs. Vereadores, que saibam, porque o absurdo chega a tanto,
que ontem ouvia o Secretário Municipal de Educação dizer que vai pegar as
criancinhas, as cobaias, nas vilas de Porto Alegre, para fazer um experimento.
É o maior absurdo que pode existir, que é essa preparação, Srs. Vereadores,
para se aprovar em massa estudantes, para melhorar os índices de reprovação do
Município. Iniciaram uma experiência piloto na Monte Cristo há um ano, e já
querem passar para 16 escolas, Ver. Lauro Hagemann. Como podem permitir que os
porto-alegrenses sejam cobaias? Claro, não são os filhos deles que estudam em
escolas públicas. Esse Projeto que estão fazendo já existe em uma escola de São
Paulo e aqui já querem implementá-lo, porque dá "marketing". Já estou
convidando o Secretário de Educação para vir quinta-feira à Comissão de
Educação prestar informações.
Então, Srs. Vereadores, nós não podemos votar o Orçamento da
Administração Centralizada, enquanto esta Casa não receber o Plano de Obras,
senão nenhum Vereador cumprirá o seu papel, o seu dever legal, constitucional,
de votar um Orçamento sem que saiba que está votando. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador .)
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, antes de
solicitar a verificação de quórum, pediria a V. Exa. que me informasse se já
chegaram as informações sobre os gastos com a saúde.
O SR. PRESIDENTE: Ainda não chegaram à Mesa,
Vereador. O Ver. Artur Zanella está com a palavra.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, pedi ao Ver.
João Dib que fizesse a solicitação de verificação de quórum depois, pois amanhã
tenho exames médicos e não vou estar presente. Eu pedi um destaque para uma
Emenda do Ver. Clovis Ilgenfritz e gostaria de dizer o porquê. Ele é autor de
uma campanha para a construção do crematório em Porto Alegre que, num primeiro
momento, se dizia que seria feito com verbas particulares, e esse tipo de
coisa. O Ver. Clovis Ilgenfritz coloca, agora, o crematório com verbas
públicas, o que está no seu direito, só que o Vereador, na hora de retirar
verbas para a construção do crematório, ele as retira de dois lugares e, como
sempre, o primeiro lugar é a Pista de Eventos de Porto Alegre. Há centenas de
rubricas para se tirar verba, mas ele tira exatamente da Pista de Eventos de
Porto Alegre. Depois se diz que não há prevenção contra a mesma! Não se sabe o
lugar dessa pista e o Vereador já tira o dinheiro. Ele tira, também, da
conservação de obras de arte. São viadutos que têm quinhentos reais para a sua
manutenção, e o Ver. Clovis Ilgenfritz tirou cem mil reais, isto é, 20% da
verba de conservação de viadutos para fazer um crematório.
Uma pessoa, um brincalhão disse que quando
cair o viaduto e morrer alguém vai mesmo para o crematório. Evidentemente
espero que isso não ocorra. Mas, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, há tanta
verba para tirar, logo da Pista de Eventos que esta Casa discute há anos, e
depois não querem dar razão aos carnavalescos quando dizem que há uma prevenção
contra a Pista de Eventos.
O Ver. Clovis Ilgenfritz: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) V. Exa. não vai estar na próxima reunião e vou usar a
palavra para dizer todos os detalhes. A Pista de Eventos está previsto um
milhão de reais e ela vai custar sete ou oito, e isso não faria diferença no
encaminhamento do processo e não prejudicaria a pista. As obras de conservação
de obras de arte e viadutos são vários milhões e que a rubrica não estaria
sendo prejudicada porque ela vai ser suplementada seguramente se alguma obra
acontecer. Eu consultei os setores técnicos para que não prejudicasse em
nenhuma outra rubrica, em especial, as obras de aplicação social. O crematório
custa mais que 200 mil reais e essa verba não é para construção e, sim, para
licitação internacional que precisa ter verbas previstas.
O SR. ARTUR ZANELLA: V. Exa. tem tanto prestígio
assim, podia ter colocado no Orçamento, mas não tirar da Pista de Eventos e das
obras de artes, são apenas 500 mil, não são milhões.
O Sr. Jocelin Azambuja: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Vereador Zanella, só para lhe dizer: fique tranqüilo
porque a sua Emenda será rejeitada por uma questão de princípio ético e moral
da Bancada do PT. Esse tipo de Emenda não pode passar depois de rejeitarem a
Emenda do Ver. Luiz Negrinho.
O SR. ARTUR ZANELLA: Eu queria fazer um
comentário ao Ver. João Dib, um comentário final sobre a questão do Orçamento.
Eu tenho aqui um Diário Oficial do dia 25.10.96, Ver. Antonio Hohlfeldt, se
discutia seis mil reais, não é isso? No Diário Oficial estão dispensando de
licitação, um sendo o grupo "Papas na Língua" por 5.545; da Maria da
Glória Oliveira - 2300; da produção da Nota gaúcha do Trato Infantil, 1440, e
para vergonha nossa estão dispensando de licitação uma gráfica que, tenho a
impressão deve ser do interior, porque é a Gráfica Gazeta do Sul, estão
dispensando de licitação, uma gráfica para fazer uma revista Ponto e Vírgula,
da Secretaria de Cultura. Quer dizer, contratam fora de Porto Alegre, sem
licitação, uma gráfica! Mas será que não tem gráfica em Porto Alegre para
entrar numa licitação? Por isso, Sr. Presidente, como não vou estar aqui
amanhã, eu queria levantar essas questões. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, solicito
verificação de quórum.
O SR. PRESIDENTE: Solicito ao Ver. Ferronato
que ocupe a Secretaria, como "ad hoc". (Após a chamada.) 15
Vereadores. Há quórum.
O Ver. Airto Ferronato inscreve-se e cede seu tempo ao Ver. Artur
Zanella. Antes vamos atender o Requerimento do Ver. João Dib.
O SR. JOÃO DIB (Questão de
Ordem): Sr.
Presidente, o eminente Ver. Airto Ferronato, Presidente da Comissão de
Constituição e Justiça, trouxe o Processo que tem o Parecer sobre os gastos.
Não? Ele informou que tinha e eu fiquei entusiasmado. Então peço desculpas.
O SR. PRESIDENTE: O Processo encontra-se em
poder do Ver. Airto Ferronato, que ainda não entregou a esta Presidência.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de
Ordem): Sr.
Presidente, V. Exa. colocou em votação o Requerimento do Ver. João Dib pedindo
verificação de quórum. V. Exa. disse que tinham 15 Vereadores em Plenário e,
quando nós votamos o Requerimento, nós precisamos ter 17 Vereadores em
Plenário. É por maioria simples. O Ver. João Dib fez um Requerimento a V. Exa.
e, após ser votado, V. Exa. disse que tínhamos quórum para votar. Na verdade,
naquele momento, nós não tínhamos quórum.
O SR. PRESIDENTE: O Vereador não fez o pedido
de verificação de quórum, não fez o Requerimento para a continuidade dos
trabalhos. Estamos na discussão do Orçamento, conseqüentemente, com 15
Vereadores no horário; há quórum para discussão da matéria.
O Ver. Artur Zanella está com a palavra para discutir.
O SR ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, pedi esse tempo ao Ver. Airto Ferronato porque não tive tempo de
falar, e lembrar que a Família Lima, grupo de violinistas, foram contratados
por vinte mil reais, sem licitação, para tocar na inauguração de uma escadaria
no Morro da Cruz.
Então, quando o Ver. Antonio Hohlfeldt veio aqui discutir uma Emenda de
seis mil reais, ficou entristecido. Vejam, aqui, produção da 12ª Mostra Gaúcha
de Teatro Infantil em comemoração à Semana da Criança; valor final foi de
quatro mil quinhentos e sessenta reais. Não tem na Secretaria de Cultura, na
FESC pessoas que façam a produção disso, têm que contratar essas pessoas sem
licitação. Apresentação de espetáculo musical com grupo “Papas na Língua”,
cinco mil, quinhentos e quarenta e cinco mil reais sem licitação.
Mas também, gostaria de falar
sobre outro assunto. O Ver. Clovis Ilgenfritz disse que não teria de onde tirar
verba para o crematório. Eu tenho aqui a proposta orçamentária: são trezentas
páginas, e o Ver. Clovis não achou de onde retirar a suplementação; agora, foi
achar logo na Pista de Eventos.
O SR. PRESIDENTE: Vou interromper o discurso
de V. Exa para garantir, na forma regimental, uma Questão de Ordem. Ver. Luiz
Braz, fundamente a sua Questão de Ordem.
O SR. LUIZ BRAZ: O dispositivo em questão,
Sr. Presidente, é o 94.
O SR. PRESIDENTE: Noventa e quatro nobre
Vereador, o dispositivo tem 23 incisos.
O SR. LUIZ BRAZ: Parágrafo Primeiro, Alínea
C. Diz o Art. 94 do nosso Regimento: "Requerimento é a proposição verbal,
escrita, dirigida por Vereador à Mesa, sobre matéria de competência da Câmara,
será despachado de plano pelo Presidente..." E o Ver. João Dib, quando
pediu a verificação de quórum, ele estava fazendo exatamente isso.
O SR. PRESIDENTE: O Requerimento de
verificação de quórum é um Requerimento de constatação da existência ou não de
quórum para a continuidade dos trabalhos. É um Requerimento que não é submetido
a votação, só um Requerimento que é submetido a votação exige maioria, ou
número mínimo em Plenário, portanto esse é despachado de plano, que o
Presidente fez nesse sentido.
O SR. ARTUR ZANELLA: O Ver. Luiz Braz não tem
razão hoje, neste momento, sugiro que faça um Requerimento e peça votação.
Mas o que eu queria dizer, quando o Ver. Clovis Ilgenfritz me ouvia, é
que S. Exa. dizia que não tinha de onde tirar 200 mil. Vejam bem que são
trezentas páginas e ele não encontrou lugar para tirar. Eu sugiro, já que Vossa
Excelência foi candidato ao Governo do Estado pelo Partido dos Trabalhadores,
foi candidato a prefeito agora, foi candidato, se não e engano, a senador, tem
dez mil votos em Porto Alegre, e não concebe incluir no Orçamento uma verba
para o Crematório, e tira da Pista de Eventos, que, ele mesmo disse, custa sete
milhões, está faltando seis ainda. Essa de tirar da conservação das Obras de
Arte, que é 500 mil, 20% para o Crematório tenha dó!
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Da tribuna, há dois meses, eu disse que chamaria o
Prefeito Tarso Genro de mentiroso, coisa que nunca eu desejaria fazer, mas ele
afirmou que no primeiro semestre o tal de crematório iria ser construído. Eu
dei dois anos de prazo, porque sou mais amigo.
O SR. ARTUR ZANELLA: Esse foi o motivo por que
eu pedi o destaque desta Emenda, Ver. Clovis Ilgenfritz. O estudo sobre o
crematório é bom, mas logo o da Pista de Eventos? Esta Casa já tem problemas
suficientes com a comunidade carnavalesca. Neste ano, no carnaval, nas escolas
de samba foram distribuídos folhetos, mas não adiantou nada. Criou-se um
"animus" nesse aspecto. O Sr. Prefeito Municipal acusou a Câmara de
não votar a Pista de Eventos.
Estão prometendo a Pista de Eventos no antigo estacionamento do MAPA.
Não existe mais MAPA, não existe estacionamento do MAPA, e aquela área que se
diz que é o estacionamento do MAPA, na verdade é o Parque Marinha do Brasil, o
Ver. Gregol sabe disso e se não souber eu vou lembrá-lo. Quando foi feita a
votação do Projeto de permuta entre o Sport Clube Internacional e a Prefeitura,
aquela área, por Lei, foi declarada como parque, e não pode fazer pista de
eventos em cima de um parque, enquanto não houver a sua desafetação.
O SR. JOÃO DIB
(Requerimento): Requeiro a V. Exa. o adiamento por uma Sessão desse Projeto que está
em discussão neste momento, e peço que a votação seja nominal.
O SR. PRESIDENTE: Eu gostaria que V. Exa.
formalizasse o Requerimento por escrito.
Constato, antes de passar ao Requerimento de V. Exa., que não há mais
Vereadores inscritos, portanto encerro a discussão.
O SR. JOÃO DIB (Questão de
Ordem): O
Ver. Jocelin Azambuja está pedindo a palavra para discutir.
O SR. PRESIDENTE: Não, V. Exa. não pode falar
por ele. Ele pediu para encaminhar o Requerimento.
O SR. JOÃO DIB (Questão de
Ordem): V.
Exa. não pode encerrar a discussão, enquanto há um pedido de adiamento. Eu
quero falar e penso que não tenho Plenário para falar, quero um Plenário
completo. Então eu me inscrevo para falar, qual é o problema? Eu quero primeiro
o Requerimento que diz de adiamento.
O SR. PRESIDENTE: Requerimento desta natureza
deve ser feito por escrito.
O SR. JOÃO DIB: Eu assino, pronto, está
assinado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE: Dando continuidade aos
trabalhos, o próximo orador, Ver. Giovani Gregol, está com a palavra.
O SR. GIOVANI GREGOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Sei que a hora é tarde, é final de ano - e foi um ano difícil,
principalmente para nós, Vereadores, que não fomos reconduzidos pelo voto
popular, apesar de bem votados, à esta Casa, mas vamos continuar os debates,
vamos cumprir a nossa obrigação com a população, e aprovar o Orçamento de 1996
no prazo, como sempre esta Casa tem feito nos últimos anos.
Este assunto da Pista dos Eventos me diz respeito, e o Ver. Artur
Zanella, que me antecedeu, sempre foi muito inteligente, muito hábil nas suas
palavras, entrou no assunto, provocou-me - no bom sentido - e inclusive me
citou nominalmente. Então, sinto-me na obrigação de vir aqui, embora estejamos
todos cansados, alguns irritados, não é o meu caso, falar sobre isso. Sou
inteiramente a favor da Emenda do Ver. Clovis Ilgenfritz da Silva; primeiro,
porque existe um movimento sério, quase um clamor pela existência de um
crematório. Aliás, quero reivindicar que no mandato anterior, quando era
Prefeito o querido Olívio Dutra, fui o primeiro Vereador, nesta Casa, que se
preocupou com esse assunto. Na época, apresentei um Projeto de Lei para
instalar um crematório, e a Auditoria da Casa atenta disse-me que já havia uma
lei mais antiga, o Ver. João Dib chamou a atenção, isso é confirmado, faço
parte também desse movimento. Tem que tirar de algum lugar? Tem, estamos
viabilizando Sambódromo, a Pista de Eventos, o parque, sei lá que nome tem, já
teve sete nomes.
Com essa Emenda do Ver. Clovis Ilgenfritz, não estamos prejudicando o
trânsito da Cidade, nenhum viaduto vai cair. Por outro lado, falo agora em nome
estritamente pessoal, tenho certeza de que milhares de porto-alegrenses nos
apoiaram naquele grande movimento, não contra à Pista de Eventos nem ao Sambódromo,
nunca fomos contra isso, eu sempre fui a favor. Contra o Sambódromo, Ver. João
Dib, foram aqueles que escolheram um lugar infeliz e inviável pela Lei para a
colocação deste, que é uma área de lazer e preservação do Município, como o
Parque Maurício Sirotsky Sobrinho. Esses é que foram os verdadeiros contras o
Sambódromo, embora tenha sido advertido que essa obra exigia EIA-RIMA ir à
audiência publica. Existem obras com potencial de impacto ambiental como a Rota
do Sol, que exigem legalmente, antes de o projeto ser sequer aprovado,
EIA-RIMA.
Isto não foi feito naquele caso, por isso três vezes o Sr. Prefeito
enviou a esta Casa o Projeto e este não foi aprovado, e na última vez não foi
sequer votado por causa da sentença judicial, que perdeu em 1ª e 2ª instância.
Então, certamente, todos vamos ser inteligentes, nós queremos o
Sambódromo, é um compromisso da Frente Popular, mas, para sair, vai ter que ser
em algum lugar, não vai ser aqui, porque se for, os ecologistas de novo, farão
campanha juntamente com os tradicionalistas, e a coisa não vai andar novamente.
Então, o que eu quero dizer é o seguinte: está cara esta obra? Está,
quem está dizendo isso é Giovani Gregol, não é a Bancada do PT, sete milhões de
dólares do dinheiro público é muito dinheiro, dá para fazer uma Disneyworld,
não um Parque de Eventos. Sete milhões de dólares e o Ver. Clovis Ilgenfritz
está tirando uma parte só. Cem mil reais de sete milhões de dólares, Ver.
Clovis Ilgenfritz, é muito pouco.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Isaac Ainhorn se inscreve
e cede seu tempo ao Ver. Giovani Gregol.
O Sr. Artur Zanella: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Giovani Gregol, só uma correção. A informação
dos sete milhões de dólares foi do Ver. Clovis Ilgenfritz, eu não sei de onde
saiu os sete milhões. No Orçamento, está um milhão. Mas o que eu lhe
perguntava, e sei que V. Exa. sabe tanto quanto eu, se é possível, hoje, sem
desafetar a área, construir qualquer coisa no denominado Estacionamento do
MAPA. Quando foi aprovada a Lei que permutava áreas do Internacional com o
Estádio dos Eucaliptos com a Prefeitura, aquela área foi agregada ao Parque
Marinha do Brasil e, hoje, não é mais estacionamento e nem MAPA, que não
existe. É isso que eu afirmava que V. Exa. tem condições de dizer se é verdadeiro
ou não. Caso V. Exa. saiba, eu mando a Lei para os Colegas se informarem.
O SR. GIOVANI GREGOL: Agradeço o tempo cedido.
Vereador, modestamente, eu sei tudo sobre isso. Conheço as Leis. Não é um
Projeto, são vários. Aquela novela da permuta do antigo Estádio dos Eucaliptos
com a Prefeitura, com as áreas adjacentes ao Gigante da Beira Rio, eu conheço
bem aquela história. E eu sou colorado, já disse isso, aqui da tribuna. Conheço
bem a história da apropriação da invasão e apropriação indébita por parte da
Diretoria do Clube, de áreas à beira do rio, onde está o Gigante. O Inter nunca
comprou aquilo ali e esta Câmara referendou isso, não punindo o Inter, mas
dando ao Grêmio um terreno análogo, em frente ao Hipódromo, para exercer,
inclusive, atividades comerciais. Tudo isso o povo de Porto Alegre sabe ou vai
saber. São coisas que se fazem com as terras públicas e com a ecologia do
Município. E porque eu não quero mais um crime é que nós somos contra isso.
Agora, o estacionamento do MAPA mudou várias vezes de estatuto, e aquilo, hoje,
oficialmente, é parque. Na prática não é parque porque não se plantou, não se
ajardinou, não se urbanizou. Não sou contra. Eu e outros setores do movimento
ecológico que represento, neste caso específico, somos a favor da construção de
um Sambódromo, de uma Pista, como quiserem chamar, ali naquela área em que
ainda se faz estacionamento, sim, que é conhecida como área do MAPA. Também
somos a favor da construção dos mesmos equipamentos da área da rede ferroviária
federal que está lá vazia, e não tem o que fazer com aquela área, que aceita
parceria com o Município, assim como somos a favor do mesmo equipamento ao lado
Sul do Inter, que são terras da Prefeitura. A Prefeitura não precisa comprar,
desapropriar, brigar. É só tirar de lá os invasores, ou aqueles que estão lá
com Concessão de Uso. Consta no contrato de Concessão Real de Uso que o dono da
terra, a Prefeitura, a qualquer momento pode pedir a sua retirada de lá.
O Município tem muito lugar. Poderia citar mais uma meia dúzia. Na
região central, poderemos citar quase dez lugares, onde os sambistas querem
colocar o Sambódromo. Não se coloca porque não se quer colocar. Certamente o
próximo Prefeito terá a sensibilidade e a inteligência de viabilizar o
Sambódromo numa dessas áreas. O dados dos sete milhões de dólares é da própria
Prefeitura. Eu tenho nos meus arquivos o dado do próprio Executivo. O custo
total do parque é de sete milhões de dólares. Um milhão é só para fazer a
avenida, a pista. O próprio Executivo tem dito que a pista fica sem sentido, a
não ser colocada em um conjunto maior que compõe o parque cultural, que é o
conjunto de equipamentos muito maior do que apenas uma Pista para desfilar, ou
que um Sambódromo. Por isso precisa de muito espaço, não pode ser numa área de
lazer, nem de preservação porque o impacto, certamente, tanto da feitura da
obra, como da sua utilização, acesso de público certamente irá desagradar a
área como essa do Parque Maurício Sirotsky. Já o mesmo não acontece na área do
MAPA, porque lá não tem nenhuma árvore plantada. É parque, mas como é usado
como estacionamento, não tem árvore. Não precisa EIA-RIMA na área do MAPA, bem
como na área do outro lado do Inter, e demora um ano para se fazer. Não precisa
audiência pública. É só querer fazer e fazer. Os sambistas, os ecologistas e os
tradicionalistas, todos nós abraçados, vamos aplaudir. Somos a favor da Emenda,
porque a Cidade de Porto Alegre merece um crematório até por razões de saúde
pública, porque existem poucos lugares no Município para enterrar pessoas, e
milhares delas querem ser cremadas e não têm oportunidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Sobre a mesa Requerimento
firmado pelo Ver. João Dib, que requer o adiamento do PLE nº 49/96 por uma
Sessão.
Está com a palavra o Ver. João Dib.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, tenho feito diariamente no programa Mendes Ribeiro, na Rádio
Guaíba, um comentário de um minuto e meio, dois minutos, intitulado "Porto
Alegre que Eu Amo".
Ontem, o meu comentário foi sobre a figura extraordinária do Ver.
Aloísio Filho. Dizia que, no próximo ano, quando se escreve cinqüenta anos da
história desta Câmara, não se poderia escrevê-los sem falar nessa figura
extraordinária que por dez vezes foi Presidente desta Casa e que empresta o seu
nome ao Palácio Aloísio Filho. A minha Bancada está completa aqui neste
Plenário. Pedi algumas coisas para que se pudesse votar a matéria mais
importante depois do Plano Diretor, que é o Orçamento da Cidade. Pedi várias
vezes que me dissessem, na forma da Lei Orgânica, o que é 13% de gastos em
saúde sobre a despesa global da Prefeitura. Não tive o prazer e a satisfação de
receber a matéria. Mas todas as vezes em que me dirijo ao Presidente, tenho
encontrado razões de aborrecimentos. É claro que eu não poderia escrever, com o
mesmo entusiasmo com que escrevi sobre Aloísio Filho, sobre o Presidente desta
Casa. Há oito anos ele era Vice-Presidente e eu vim a esta tribuna, quando o
Vereador presidia a Sessão, e ultrapassei, em alguns segundos, meu tempo. Sou
muito cuidadoso com o horário; raramente o ultrapasso. Mas fui alertado, me
cortaram o microfone e saí daqui muito bravo. Vejo que não mudou nada. Quando
pedi a verificação de quórum é porque julgo que a matéria seja muito importante.
A pressa é de encerrar a discussão - já fico desconfiando de que haja qualquer
outra coisa no meio. Por que toda essa pressa? Seria por que é o Ver. João Dib?
Pedi para adiar por uma Sessão, já que pensava que o Ver. Airto
Ferronato - Presidente da Comissão - teria matéria que me deixasse informado.
Sei que isso não vai mudar meu voto em relação ao Orçamento, mas preciso que
esta Casa diga ao Sr. Prefeito que talvez tenha que mudar a Lei Orgânica porque
é para isso que estamos aqui: para fiscalizar; não é só para fazer leis,
emendas e outras coisas mais. Então, tenho as minhas dúvidas quando eu,
educadamente, dirijo-me ao Presidente e sou interrompido. Não foi a primeira
vez enquanto agora ele é Presidente. Tenho certeza de que ele não será lembrado
como Aloísio Filho. Já quando era vice, há oito anos, colocava-me em
dificuldades, fazendo com que me aborrecesse, com que me irritasse, com que me
magoasse e fui relevando, porque não consigo ser inimigo de ninguém. Mas sou
adversário de qualquer um, porque não tenho medo de ninguém também. Sou um
adversário duro e não esqueço de que tenho força, tenho pulso ainda. Vou levar
muitos anos ainda.
Eu dizia ao Ver. Giovani Gregol, quando ele fez 34 anos, que minha mãe
me ensinou que os inteligentes não envelhecem; acumulam juventude. Tenho muita
juventude. Não tenho idade; tenho vida! E isso faz com que me aborreça
freqüentemente. Mas o dia, meu querido amigo Ver. Pedro Américo Leal, em que eu
presenciasse uma injustiça sem reação eu não teria mais vida, eu não queria
mais participar desta coletividade, eu queria ir para muito longe, talvez para
o céu; talvez eu mereça o céu, mas se não fosse, que seja para o inferno mesmo.
Mas eu não queria ficar aqui com meia-vida. Sou grato, Sr. Presidente, e peço
que a matéria seja adiada por uma Sessão. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Para encaminhar o requerimento, com a palavra o
Ver. Jocelin Azambuja
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, está correto o Ver. João Dib em pedir o adiamento da votação do
Orçamento, mas o Ver. Dib não disse o mais importante. Esta matéria não tem
como ser votada, porque está incompleta. Não temos, Ver. João Dib, na proposta
orçamentária justamente o Plano de Obras, e sem o Plano de Obras, como votar matéria
desta natureza? Por outro lado, Emendas como esta do Ver. Clovis Ilgenfritz,
que direciona uma verba para um projeto político seu, porque fez, recolheu
assinaturas na esquina da Rua da Praia, e apresenta aqui uma Emenda. E aí o seu
Partido, que vem aqui ditar cátedra de moral e de ética, sobe a esta tribuna e
condena os outros Vereadores.
Mas V. Exa. está correta, Vereador, está exercendo o seu direito legal,
como Vereador, de fazer Emendas ao Orçamento. V. Exa. está em desacordo com o
seu Partido, mas está correto no exercício do seu poder de Vereador. Apresenta
uma Emenda que para o seu Partido não é correta, não é ética, não é moral, mas
que é correta porque está dentro do seu poder de legislador. Então, Ver. Elói
Guimarães, o que o Ver. Clovis Ilgenfritz fez foi justamente exercer o seu
poder de legislador e está exercendo-o corretamente. Agora, como relatava, o
Ver. Clovis Ilgenfritz apresenta uma Emenda correta, porque ele é um
legislador, tem o direito, como o Ver. Nereu D'Ávila faz, aqui, destinando para
a Umbanda, ou o Ver. Guilherme Barbosa destinando para o Conselho Municipal de
Entorpecentes. São Emendas válidas, porque eles são Vereadores da Cidade.
Agora, é correto o Ver. João Dib quando coloca que não podemos votar a matéria
e pede o adiamento, porque não podemos votar uma matéria incompleta, um
orçamento que não está contemplado justamente na sua totalidade. E muito bem
faz V. Exa. quando diz que esse Orçamento é uma mera ficção. É verdade. Os
Vereadores nunca conseguiram aprovar um Orçamento e fazê-lo cumprir.
O Prefeito tem brincado com esta Casa, como o fez agora; teve o
desplante de encaminhar um Projeto de Lei, que não sei como figura no Código de Ética petista, dando aumento a
seus companheiros de 30% para compensar os gastos de campanha. Isto é ético? É
moral? É legal? Questiono até a legalidade. Isso não é estelionato contra o
povo? Retirar dinheiro do povo para pagar a campanha?
Ver. João Dib, precisamos refletir sobre a votação desse Orçamento. Não
existe como votar. É um Orçamento que não respeita o povo de Porto Alegre, a
Câmara de Vereadores, e na verdade, jamais deveria ter sido encaminhado à
Câmara de Vereadores.
Se esta Casa tiver coragem de fazê-lo, se estiver cônscia das suas
responsabilidades, de fato, não o aprovará; nem o votará. Espero que os
Vereadores aprovem o adiamento que V. Exa. requer, porque vamos continuar
insistindo no adiamento da votação desse Orçamento, até que esteja completo. V.
Exa. tem o nosso apoio e o nosso voto, Ver. João Dib. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: São vinte horas e sete minutos. Esta Sessão
teve o seu início às 16 horas e 04 minutos. Passaram-se quatro horas que é o
prazo máximo de funcionamento da Sessão Extraordinária.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, há pouco V. Exa. disse que a Sessão iria até às 20
horas e 24 minutos e a assessoria legislativa repetiu este horário.
O SR. PRESIDENTE: Vereador, há um equívoco.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Vossa Excelência sabe que a
Sessão ou começaria às 16 horas ou às 16 horas e 15 minutos.
O SR. PRESIDENTE: Não, Vereador. Em Sessão
Extraordinária não existe "chamada quinze minutos depois". Sessão
Extraordinária começa na hora que tiver quórum. A Sessão instalou-se às 16h04min, e não cabe prorrogação em
Sessão Extraordinária.
A Mesa encerra a presente Sessão, convocando os Srs. Vereadores para a
Sessão Ordinária de amanhã, no horário regimental,
(Encerra-se a Sessão às 20h09min.)
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